Abuela querida…
03/12/2010
Hoje seria o aniversário da vó Braulia.
Nasci dia 3, mas só fui registrada no dia 12, por isso meu documento está com outra data – ela sempre fazia questão de esclarecer.
Mal sabia ela que não era necessário explicar nada.
Sua expressão era transparente. Auto-explicativa.
No olhar tinha uma segurança experiente.
De vez em quando dizia um talvez.
«Teimava que só ela» para aceitar um elogio, por mais perfeito que estivesse o bolinho de frango.
Eu a conhecia tanto, muito mais do que eu pudesse ter consciência na época.
Gostava de ouvir suas orações.
À noite, já deitada no mesmo quarto que eu, pedia a Deus por cada neto.
Ficava horas e horas ali, na presença dEle. Coisa de quem é íntimo, já.
Sabia que Deus a ouvia e atendia seus pedidos, um a um.
Dessa filha eu cuido com um carinho especial – o Senhor devia dizer.
Também, com o exemplo que ela dava. De fé, de integridade, de vida…
Às nossas perguntas sobre como estava, sempre respondia «mais ou menos».
Demorei, mas entendi o porquê.
Há poucos anos ela está realmente bem.
Lá no céu, cantando hinos com os anjos.
Louvando ao Deus que nos ensinou a amar, porque Ele nos amou primeiro.