Trem logo cedo para Budapeste.

3 horinhas de paisagens bonitas.

Supresa mais que agradável no albergue: ambiente familiar, quarto e camas enormes, banheiro fofo e impecável, salinha aconhegante de TV. Ultra recomendo: Njoy Budapest Hostel.

Caminhamos até anoitecer, confiando na memória fotográfica do I, que morou aqui há nada menos que SETE anos. Até que não esteve mal como guia, exceto pelo fato de ter desviado quilômetros a rota para passar em frente à sua ex-casa.

Casa essa que, segundo relatos históricos, ficava numa ladeira imeeeensa.

(Inocente, ele não lembrou que eu guardo detalhes de seus exageros).

Vejam só a lendária ladeira «insubível». Hahahaha.

No meio do caminho, nevou de verdade. Flocos grandes, uma chuva de neve.

Lindo demais, quase chorei.

Dia maravilhoso. Noite perfeita.

Conhecemos o Castelo de Buda, um complexo que antigamente era a residência dos Reis de Budapeste. Mágico. Cinematográfico. E não estou exagerando.

Fato mais divertido da noite: sky-bunda na neve.

Tive a ideia e fui zoada, taxada de ridícula.

Um copo de vinho quente depois, estávamos todos como crianças ladeira abaixo.

Totalmente inapropriado e inesquecível.

Jantamos no hostel. A própria dona cozinhou para os hóspedes uma comida típica húngara (lángos): uma espécie de massa frita que se come com um molho de alho. E ainda nos ensinou a fazer e a fritar. Delicioso.

Mas o fato mais especial do dia ainda ia acontecer: Vinicius trouxe escondido na meia um anel e pediu a mão da Mari em casamento em plena Praça dos Heróis. E bem no dia do aniversário dela. Coisa mais fofa.

 

 

Feliz año!!!!!!!!!

31/12/2010

Chegamos zumbis a Viena, 6h da manhã.

O albergue só abria às 9h.

Neve. Frio da bexiga.

Entramos num café, pedimos chocolate quente e ali ficamos.

Quando conseguimos deixar as malas no albergue, bora conhecer a cidade.

Vini reclamando que queria dormir e sendo – obviamente – ignorado.

Se estamos aqui, vamos aproveitar, oras.

Era só olhar para as ruas, para o clima, para as luzes. As forças iam sendo renovadas.

Tava rolando um festival maravilhoso de música de todos os tipos e estilos.

Um palco a cada três quarteirões, praticamente. Encantador.

Fomos ao Leopold Museum, um dos mais importantes da Áustria em arte moderna.

Por ali almoçamos, comida chique por pouco $. Dica da Beth, colega querida da Abril.

Perto das 17h30, fomos dar uma mini-dormidinha e tomar banho.

Falei com mamãe. Chorada básica, tentando não entregar o jogo.

Sei que ela também disfarçou a dor da saudade.

Mesmo não vendo a expressão, a gente sente na voz.

Foi uma das partes mais difíceis do ano, eu diria.

Frio de congelar a alma. Neve esporádica. Sobrevivemos à base de vinho quente e umas bebidas à base de frutas e álcool. Sem isso não haveria roupa que suportasse o frio. Nem coração que suportasse a saudade.

Amamos o concerto de Barbara Helfgott e Rondo Vienna. A mulher conseguia agitar a galera com som de violinos, fazendo versões super bacanas de músicas pops como «I will survive». Muito louco.

A festa principal foi na praça da Prefeitura, maravilhosamente iluminada.

Fogos bonitos, mas sem comparação com o Brasil. Nisso damos show.

Brindamos com champagne de latinha, que nem precisou ir para a geladeira.

Muito emocionante e especial essa virada.

Digamos que ela representa um ano também muito emocionante e especial.

Bênção de Deus.

– 13 grados!

30/12/2010

Frio surreal: – 13 graus.

Ao mesmo tempo, a cena linda dos floquinhos caindo pela janela.

Parecem de cristal. Repare bem. Coisa mais perfeita.

Fomos conhecer a Ponte Carlos, a mais famosa de Praga.

516 metros de povo. Lotada, lotada, lotada.

Claro que nos perdemos do Vini e Mari. Passamos 1 hora indo e voltando naquele lugar até nos encontrarmos. Quase morri de hipotermia. Sério. O vento rolava forte de um lado pro outro do rio, e fiquei muito irada de ter que ficar ali congelando. Amarrei o diamante total.

Fomos comer a sopa de alho (melhor do mundo!) para esquentar.

Até mau humor ela cura.

Dali caminhamos muitíssimo, passando pelos lugares famosos: Casa Dançante, Relógio Astronômico, Praça da Cidade Velha, Igreja de São Nicolau.

Fomos também ao supermercado e nos abastecemos de chás e temperos. Nova alegria: colecionar sabores.

Seguimos a indicação do Emil e jantamos num lugar super rústico e bem típico: goulach, batatas deliciosas e linguiça com mostarda. Strudel de maçã de sobremesa. De chorar de alegria.

Pegamos as malas e corremos para a próxima aventura: trem noturno para Viena.

Erramos o vagão, caímos num cafofo para 6 pessoas, sentados de um jeito absurdamente desconfortável para quem passaria as próximas 8 horas de sono naquela posição.

Tinha certeza que compramos leitos, eu pensava.

Perguntei outra vez e disseram que não senhora, era ali mesmo.

Mais de 1h30 de viagem depois, fomos acordados pela tiazinha dos bilhetes. Estávamos no lugar errado. Pega mala, blusa, luvas, cachecol. Gente zonza atravessando mil vagões até chegar no cafofo dos leitos. Extremamente claustrofóbico, mas ao menos iríamos em posição horizontal. Vencidos pelo cansaço, capotamos e nem sonhamos com sardinha enlatada.

Praga encantadora

29/12/2010

Você se sente no Projac – a melhor definição que ouvi sobre a cidade.

Cenográfica, charmosa, romântica, acolhedora.

O frio, de verdade: -10 graus.

Não imaginava o que era isso.

Graças a Deus, fomos preparados: só passamos frio no nariz – a única parte descoberta do corpo.

Foi lindo sair do aeroporto e já ver as ruas cobertas de neve.

Sensação de euforia, tipo borboletas no estômago.

Presente de Deus poder vivenciar momentos tão marcantes e especiais.

Nosso hostel era absurdamente bem localizado e barato – a pessoa que escolheu manda muito bem, obrigada.

Tiramos mil fotos na neve, constatando a real qualidade dos tênis impermeáveis.

Achamos um restaurante de aparência interessante numa área bem turística.

Pegadinha. Disseram que os pratos eram individuais e veio comida para um batalhão.

Se além de cara fosse boa, ok. Mas não. Era bem fraquinha, a coitada da refeição.

Confesso que fiquei com uma raivinha da garçonete. Mentira que eram pratos individuais.

Pega-trouxa, turistona.

Serviu pra ficarmos espertos.

À noite nos separamos: Vini e Mari foram descansar e fui com o I encontrar o Emil.

Olha a novela: Emil trabalhou com o I em Budapeste, nos meses em que morou lá.

Agora está casado, mora em Praga e virou cliente do I.

O último trabalho que o I fez foi para uma cervejaria, cliente da agência do Emil.

Resumindo muito a história, Emil nos convidou para um pub, dentro da tal cervejaria.

Foi legal o reencontro dos dois.

E a esposa dele é uma fofa. Tcheca lindíssima e simpática.

Nos apresentaram uma sopa de alho que mudou minha vida.

Sério, incrível. Com tecos de bacon e croutons.

Regenerou minha saúde ali mesmo.

Isso é o que eu chamo de instantâneo.

De lá, albergue e capuft.

Bruselas

25/11/2010

Frio, tipo muito.

Chuvinha que ia-e-vinha. Grossa, quase neve.

Colocamos toda a roupa possível e fomos conhecer a cidade.

Começamos pelo Atomium, o monumento mais famoso da cidade, que representa um cristal de ferro aumentado 165 bilhões de vezes. Foi construído na década de 50, quando se acreditava que a energia atômica salvaria o mundo. #simeuleioguias

Dali fomos até o Manneken Pis, estatuazinha de um menino mijando que, em teoria, simboliza o espírito independente dos habitantes da cidade. #vaientender

Almoçamos no Groot Eiland, restaurante nada turístico e, por isso, idealmente típico.

Comida BBB: belga, boa e barata.

O único porém foi que, de tão típico, ninguém falava inglês. Só francês.

Perguntei o que era o prato do dia, para ver se facilitava.

A senhora que nos atendeu falou:

«Mmmm… chicken… jdgjsnsafla… dnjksa asg njkaagpekgn… very good!».

Suficiente para nos convencer.

Veio uma sopa de cebola maravilhosa com pãezinhos, e um filé de frango coberto com ratatouille (cenoura, vagem, batata e molho de tomate), acompanhado de purê de batata.

Comemos até explodir, felizes da vida.

Andamos bastante pelo centro da cidade visitando os lugares principais.

Paramos no supermercado para comprar o estoque (obrigatório) de chocolates e queijos.

Na ida até o aeroporto, nevasca.

(Mais fotos no Flickr)

É muita alegria. #obrigadaDeus

Nieve en Barcelona!

08/03/2010

Acordei com o telefonema da Isabel: Cí, olha pela janela, tá nevando!

A reação imediata foi abrir a janela e tentar “pegar” alguns flocos cheios de graça. A segunda, sentar-me e admirar a beleza daquela cena. Os flocos dançavam, estavam me convidando a unir-me a eles. A terceira foi, portanto, vestir roupas adequadas e entregar-me à euforia de experimentar algo novo: casaco impermeável, luva, guarda-chuva.

Queria mergulhar naquele quadro, fazer parte da paisagem.

nieve en barcelona(Clique na foto para ver outras)

O dia inteiro foi assim, e os moradores de Barcelona estavam admirados: desde 1962 não nevava desse jeito por aqui.

Não tive dúvidas: depois do almoço, chamei a Isabel e o Fernando para tomar um tradicional café com bolo de maçã perto da Sagrada Família, curtindo a neve pela janelinha. Inesquecível.

Tudo bem que caminhei 15 minutos nas calçadas cheias de gelo e levei mais de 30 na ducha quente para recuperar a sensibilidade nos pés. Mas valeu demais.