Logística #fail
05/11/2010
Último dia de Business Game.
Passamos a manhã online discutindo, preparando apresentação, blá-blá-blá.
À tarde, na aula, o resultado: medalha de bronze. Bom também.
Aula sobre logística.
Não curti o professor. Muito papo, pouco conteúdo.
E olha que o tema me interessa. Adoraria ouvir cases com resultados bacanas.
Mas não, não gostei do enfoque desse cara.
Ele já começou mal, falando que variabilidade é sempre ruim.
Contou um exemplo de quando ele foi a um restaurante que só servia determinado tipo de comida, e pediu uma salada. Os garçons tiveram que servir a ele uma salada que era parte da refeição deles, porque a especialidade daquele restaurante era outra. Com isso, disse que ele quebrou o esquema do restaurante, e por isso a variabilidade é sempre ruim.
Não aguentei: «Mas você não ficou satisfeito e voltaria lá porque te atenderam bem?».
Fez uma cara de «É…» e mudou de assunto.
Entendo que, para logística, possa ser verdade que a variabilidade é ruim.
Padrões são necessários e tal.
Mas mesmo assim não gosto de afirmações absolutas: «sempre ruim».
Sei que há diferença entre variabilidade e variedade.
Mas ir tão radicalmente contra a variabilidade é ir contra tendências de consumo.
Personalização, long tail, alô?
Não gostei do exemplo.
Para piorar, ele conta outra: quando trabalhava numa empresa de alta tecnologia que vendia ar condicionado. Numa das ocasiões, entregaram para o principal cliente um lote importante de produtos cujas caixas estavam lotadas de restos de batata, sujas, zuadas. O transportador, claro, tinha otimizado o espaço do caminhão para ganhar mais dinheiro e aproveitar a viagem. O produto foi reposto e, na segunda entrega, o que aconteceu? O MESMO. Quem foi demitido? O fornecedor? Claro que não. O responsável de logística genial que contratou o mesmo fornecedor – no caso, o professor que contava a história. Ele deveria, no mínimo, ter tomado providências para que o produto chegasse em boas condições. Pagasse mais caro. Ou melhor perder o cliente que economizar na entrega?
Acontece que o professor contou o case como se o culpado de tudo fosse o infeliz do transportador – e não ele.
Tô sendo exageradamente crítica ou o cara é mesmo naipeless?
(Desculpem, desabafei).
Logísticas à parte, vim para casa e jantamos uma massa diferente.
Porque variabilidade às vezes é legal.
;)