Festival Uitmarkt

28/08/2010

Surpresa especialíssima no último dia em Amsterdã: estava rolando o Festival Uitmarkt, o maior evento cultural do país, que reúne na cidade mais de 500 mil pessoas.

Durante os três dias de evento, Amsterdã se enche de atrações culturais: música, teatro, dança, atividades para todos os gostos e idades. Tudo gratuito.

Deslumbrados de alegria, Igor e eu aproveitamos horrores.

Café da manhã reforçado e bora perambular por teatros e praças.

O primeiro concerto: Pow Ensemble. Estranha gente que mistura computadores e instrumentos clássicos para fazer «música». Irreverente, no mínimo. A sensação foi de um quase desconforto auditivo. Dadaísmo pós-Moderno.

A segunda atração: Alice in Cartoonland, curta de 1925, do fantástico Walt Disney. O encanto estava no pianista, que fazia a trilha sonora ao vivo. Dei um dos aplausos mais sinceros e profundos da minha vida para o cara.

A próxima apresentação foi nada menos que a Neederlands Fluitorkest, orquestra de flautas completíssima. Tocaram do clássico ao tango. Foi no Concertgebouw, a «Sala São Paulo de Amsterdã». Finésimo.

Por último, teatro/dança alternativos com o grupo I like to watch too. Sem pé nem cabeça.

Experiência fantástica, no geral.

Fora o clima, o conceito, a energia…

… e o óculos que ganhei de brinde (Bru, não me zoa, vai).


Gouda y Rotterdam

27/08/2010

Se eu fosse um bicho de desenho animado, seria um rato.

(Sim, em desenho animado, porque de verdade é bem nojento).

E viveria dentro de uma grande bola de queijo, daqueles bem furadões.

Dito isso, posso contar que fomos visitar Gouda, a uns 30 minutos de Amsterdã.

Realizei mais um sonho: conhecer a cidade que deu nome ao melhor queijo do mundo.

Para minha surpresa, o lugar era, além de tudo, charmoso.

Quase chorei de alegria.

Sem um pingo de exagero:

É, tinha Ferrari e Alfa Romeo no meio da praça, esperando a noiva sair da igreja.

(Ver mais fotos de Gouda)

Almoçamos no Grand Café Central, outro charme de lugar.

Sanduíche Hawai: pão, queijo, presunto, abacaxi e mais queijo gratinado.

(Por favor, alguém me paga para visitar lugares incríveis, comer comidas fantásticas e escrever sobre isso depois?).

Partimos para Rotterdam, mais 30 minutos de trem. Segunda maior cidade da Holanda, super moderna, referência em arquitetura, maior porto marítimo da Europa.

Mais urbana, não menos bonita.

(Ver mais fotos de Rotterdam)

Voltamos absurdamente felizes pelo dia inesquecível.

Linda até debaixo d’água, Amsterdã.

Choveu de verdade, o dia todo, pra valer.

Guarda-chuvas a postos, fomos direto para o centro ver as praças principais: Dam, Spui e Nieuwmarkt.

Deixei o Igor num mundo encantado de games e filmes que ele achou e fui caminhar.

Visitar a cidade dos seus sonhos com chuva é muito frustrante.

Cadê os canais iluminados pelo sol? E as flores?

Confesso que, por uns instantes, estava triste, desanimada, irritada.

Mas durou pouco. Eu tinha mais é que agradecer pelo privilégio de estar aqui e aproveitar tudo, o máximo possível.

Na busca de um lugar para comer, só achávamos Coffee Shops, o famosos bares de paredes marrons onde se vendem, além de bebidas, drogas «em pequena quantidade para consumo próprio». Lotados. Não era bem o que buscávamos…

Acabamos caindo num golpe de pagar 5 euros por um prato minúsculo de massa.

Encaramos uma fila gigantesca para entrar na Casa de Anne Frank. Aquela, do livro. A casa é o lugar onde ela e sua família se refugiaram durante os anos da Segunda Guerra em que os nazistas perseguiam judeus na Holanda. Hoje o lugar é um museu, mas permanece exatamente da maneira como ela descreve em seu diário. Perturbador.

Só depois do choque de realidade, resolvi parar de reclamar. Da chuva e da vida.

Caminhamos, no total, uns 10,5 quilômetros, entre canais e ruelas charmosos.

Felizes e gratos.

Em «casa», noite com queijos (per-fei-tos) e vinho.

ALERTA: o risco de queremos morar aqui para sempre é altíssimo.

Seguimos a dica do Guia e nos demos bem: o De Bakkerswinkel, onde fomos tomar café da manhã, era o auge do charme.

Sabe aquele lugar que parece casa de vó? O próprio.

Geléias incríveis de morango, limão, damasco e maracujá em casa mesa.

Chocolate quente com tecos de chocolate ao leite – literalmente.

Tudo fofo. Tudo gostoso.

E o melhor: BEM mais barato que o café do hotel, que sabiamente dispensamos.

De lá, fomos ao Mercado ao ar livre, vulgo Feira.

Igor achou um daqueles «achados» bem bons: casacão forrado por um preço camarada.

Resolveu sua vida nesses dias e em outros muitos invernos que, se Deus quiser, virão.

Pirei vendo as barraquinhas com mil tipos de queijo.

Dava vontade de morar ali dentro, rata que sou.

Depois de mais de meia hora de fila, Museu Van Gogh.

Muito talentoso, esse Vincent.

O mais interessante é que ele não apenas fazia os quadros, mas escrevia cartas ao seu irmão Theo e dividia ideias de pinturas, explicava o que estava por trás de cada obra. Então, além dos quadros, há uma rica descrição de tudo o que passava na cabeça do maluco. Genial. Passei a admirar ainda mais absurdamente o cara.

Tanto que tive de comprar adesivos de girassol para nossa casa.

Vão pra janela da varanda, graciosos.

Almoçamos costelas. Igor feliz que nem criança.

Aproveitamos o solzinho para tirar fotos. Todo lugar era cenário.

E, para não passar frio de novo, corri para comprar uma blusa de lã que – repare – estará em todas as fotos.

Mais uma vez convencidos pelo Guia, fomos provar a melhor torta de maçã com sorvete de vanila de Amsterdã. A quem possa interessar, o nome do Café é Villa Zeezicht, e fica no seguinte endereço, à beira do Rio Singel: 7 Torensteeg, Centrum.

Ali mesmo condecoramos o Guia como nosso melhor amigo nos próximos dias.

I AMsterdam.

24/08/2010

Calor absurdo. Tipo sensação térmica de 40 graus.

Levanta cedo, arruma a mala, toma banho.

– Ci, você vai levar calça?

– Acho que só uma jeans, por desencargo… E você?

– Xô ver a previsão do tempo… Mínima 13 e máxima 17 graus.

– Magiiina! Com esse calor que tá aqui?

– É, deve estar errado.

– Leva uma jeans e boa, acho que resolve.

E bora para Amsterdã.

Realização de um SONHO.

Aterrizamos e a primeira constatação: era real a previsão.

Muito vento e 15 graus, no máximo.

Foi uma questão de minutos lembrar como era sentir frio.

A primeira pergunta que fizemos ao chegar no hotel: «Onde é a loja mais próxima?».

A resposta, desalentadora: «Xi. Tudo aqui fecha às 18h. Só amanhã».

Eram 19h e não íamos perder aquelas preciosas horas que restavam dentro do hotel.

Somos homens ou puddles tosados?

Colocamos nossas preciosas jeans e saímos bravamente, em busca de algo para comer.

De repente, vimos ao longe o céu preto.

E a chuva vindo em nossa direção.

Foi uma questão de segundos e despencou uma tempestade nas nossas únicas roupas minimamente quentes.

Não deu tempo de correr. Só de rir. Muito.

Quando finalmente compramos um guarda-chuva, a tempestade parou.

Assim, de repente, do mesmo jeito que chegou.

Murph deve ser holandês.

Logo achamos uma pizzaria bonitinha e baratinha, do jeito que eu gosto.

E ali ficamos até secar.

Cidade graciosa, essa.

Pode chover à vontade. O charme está impregnado nas casas, bicicletas, sorrisos e cheiro de queijos bons desse lugar.

É de se apaixonar.