Nunca vi um lugar tão muvucado quanto nosso apê este domingo.

Lotou. Ou melhor, superlotou.

Fui convidando as pessoas queridas da igreja (as mais próximas!) e quando me dei conta, vi que estavam reunidas quase 30 pessoas numa sala, acomodadas por todo e qualquer local sentável: chão, criado-mudo, mesa, rack da TV, janela (!!!).

Não sabia se ria ou chorava. De alegria.

De um jeito ou de outro o povo se acomodou, comeu, conversou, deu risada…

Em algum momento nos surpreenderam com um presente: um enfeite do lagarto do Gaudi que está no Parque Guell. Ícone da cidade, o parque nos traz lembranças lindas deste ano inesquecível. Também ganhamos um cartão fofo, com recadinhos de cada amigo. Muito fofos. Chorei.

A tarde rendeu e virou noite.

Num grupo mais pequeno, passamos horas rindo e conversando. De banalidades a polêmicas.

Bom demais estar em família.

A galera invadiu meu Facebook e começou a pedir outra Tarde de Alegria.

Não seja por isso! Marcamos o dia e a casa encheu outra vez.

Só risada com esse povo. Ao todo, umas 20 pessoas.

Cada um trouxe algo para comer e beber.

Fiz torta de frango, pudim de leite condensado e inventei um cheesecake.

À noitinha, rolou Máfia, aquele jogo de assassinos, anjos, vítimas. Uma mistura de Detetive com Big Brother, porque é necessário eliminar uma pessoa a cada rodada. Votação tensa e tudo mais.

Divertidésimo. O povo encarnava o personagem e saía argumentando.

Demais, demais.

Aproveitamos o embalo para comemorar meu aniversário. Sim, bem atrasado.

Mas como eu não estava aqui no dia, festejamos um mês depois. Hihihi.

O pastor orou por nós; oração bonita de gratidão pela nossa vinda pra cá.

Ganhei presentinhos, manifestações de carinho e abraços.

Ai, ai. E a coragem de dizer tchau?

Segunda que vem é o dia da choradeira, quando a Bel vai de verdade embora.

Ô, coisa difícil.

Por enquanto, estamos fingindo que está tudo bem e fazendo festa.

Fiesta!

17/10/2010

Momentos especiais hoje na igreja.

O povo de lá tem um carinho tão grande por nós… Várias tiazinhas nos enchem de abraços e agradecimentos pelo nosso serviço. Dizemos que é um privilégio para nós estar ali e servir a Deus com eles. Mesmo assim nos agradecem e dizem que não vão nos deixar ir embora. O pastor também se preocupa muito conosco, manda e-mails, pergunta como estamos. É tão gostoso se sentir querido, parte de um corpo.

Hoje, enquanto conduzia o momento de louvor, falei sobre os mineiros do Chile. Perguntei se as pessoas já tinham parado para pensar como é ficar tanto tempo no escuro. Convidei todos a imaginarem a sensação de ser resgatados, de respirar bem outra vez, de ver luz. E comparei esse fato  ao gesto de amor de Jesus, que fez exatamente o mesmo por mim e por você: nos tirou das trevas para Sua maravilhosa luz. Estávamos mortos em nossos pecados e, por meio do sacrifício de Jesus na cruz, podemos agora ter paz com Deus – a única e verdadeira fonte de luz. Foi bacana ver como essa comparação simples impactou as pessoas, e como se entregaram a louvar a Deus.

Chegamos em casa umas 14h e pouco, já correndo.

A Bel saiu até antes de acabar, preocupada com a produção dos docinhos.

Pensei: «se a Bel tá com pressa, significa que pode ser que estejamos atrasados».

De repente, chega o Igor na cozinha, super acelerado. Queria ajudar.

Pensei: «se o Igor tá com pressa, ferrou, estamos no mínimo um dia atrasados».

Linha de produção:

– 8 receitas de risóles (que é mais fácil de enrolar que coxinha).

– 4 tipos de docinho: bombom de brigadeiro, de leite condensado, caramelado e beijinho.

– 2 pudins de leite condensado.

– Casa arrumada, quartos camuflados e banheiro limpo.

Em tempo record, tudo pronto.

Bel e eu ainda enchemos bexigas de surpresa enquanto o Igor tomava banho.

Quando o pessoal chegou, parecia um verdadeiro milagre de Natal: velinhas pela casa, música rolando, champagne.

(Lembra daquela cena de «Esqueceram de Mim», quando os pais do Macaulay Culkin chegam em casa depois da incrível perseguição aos ladrões, e está tudo arrumadinho, em perfeita ordem? Pois agora isso me parece perfeitamente verossímil).

A festa foi ótima. Vieram uns 10 amigos nossos, e morremos de rir, comer e conversar.

Só mais tarde, quando todos foram embora levando marmitas de doces e salgados, é que nos demos conta de que a quantidade foi relativamente grande para o número de pessoas.

É… já temos outra festa pronta no congelador.

Mercê é a padroeira da Catalunya. Daí se imagina o tamanho da festa.

Eventos de todos os tipos e para todas as idades pipocaram por Barcelona.

As meninas sairam logo cedo para o Parque Guell.

Enquanto isso, fiz O bolo de maçã (aquele ma-ra-vi-lho-so).

Nos despedimos e foram elas para Londres e nós para o aniversário da Raquel.

De lá, passeamos pela cidade.

Gente e festa por todo lado.

Bonito de ver.

À noite, show com Goldfrapp, grupo inglês de música eletrônica.

90 mil pessoas e 1 cão que algum lesado teve a ideia de levar para o meio do povo.

Nesse momento, perdi as forças e a paciência. Vazei.

1h30 começaria outro show muito bom (Delafé y las Flores Azules), mas não aguentei esperar. #véia

A melhor sensação do dia foi chegar em casa podre e faminta, e encontrar um bolo de maçã e um leitinho gelado me esperando, reconfortantes.

Ressuscitei e fui dormir feliz.

Começou hoje a festa mais tradicional da cidade: a Festa de Grácia.

Grácia é um bairro parecido com a Vila Madalena, com ruas estreitas e cheia de restaurantes bacanas, bistrôs, ateliês e lojinhas alternativas.

Durante essa semana de agosto, 17 ruas desse bairro são decoradas pelos moradores, e o lugar se enche de atividades culturais e de gente. Muita gente.

Passeamos até 2h da manhã por ali e nos divertimos com grupos musicais de vários estilos: do brega (tiozinhos tocando sanfona) ao bizarro (como um cara tocava violão, bateria, gaita e cantava ao mesmo tempo).

Provamos uma bebida pra lá de exótica: rum com café, canela e limão, tudo isso pegando fogo – literalmente.

Ô cidade que sabe fazer festas, essa Barcelona.

Fiesta histórica

11/07/2010

Nunca pensei que eu diria isso – e desculpem se soar muito egoísta – mas, se o Brasil tivesse ganhado a Copa, não seria tão divertido.

Assistimos ao jogo num bar tranquilo perto da praia.

Na hora da prorrogação, fomos para a Plaza España (tipo a Paulista daqui).

Lá, nada menos que 75.000 pessoas sofrendo com gol que não saía.

Quando finalmente a Espanha marcou, a multidão foi à loucura.

O povo aqui está sofrendo demais com a crise, e foi legal ver neles a euforia de ter sua auto-estima, pelo menos em um aspecto, melhorandinho.

Estávamos três brasileiros (Bel, Igor e eu) e três colombianos (Paola, Fer e Juliana) – todos se sentindo espanhóis por simpatia temporária.

Não tinha como estar aqui e não celebrar também.

Havia gente chorando, cantando, se jogando nas fontes e dançando, uma coisa doida.

Bastou um «duvido» do Igor, e Paola e eu, as mais joselitas, fomos parar na fonte.

Indescritível a sensação de fazer parte dessa festa histórica.

E ver os catalães cantando «Yo soy español, español, español» não tem preço.

Comovente a celebração catalã com a vitória da Espanha.

«Yo soy españoooool…», cantavam em coro.

Bonito de ver.

E raro também, porque os mais tradicionais da Catalúnia não se consideram espanhóis, sofreram horrores com a ditadura, preservam o idioma, enfim, toda uma história.

Mas hoje a festa foi contagiante.

Tanto que virei espanhola desde criancinha.

Principalmente para jogar contra a Holanda.

Venga, Españaaaa!

Muy fino

19/06/2010

Aniversário de amiga brasileira da igreja.

Rolou festinha, cada um leva uma coisa e tal.

O auge da alegria foi a Jacynthe, nossa amiga suíça, tocando valsinhas no acordeon.

Muito fino.

Parece que começaram as festas de verão nos bairros.

Hoje rolou uma aqui em frente de casa.

Aquela coisa básica: bingo para os mayores, carrossel pra criançada.

À noitinha, do nada, surge uma batucada.

Parecia uma bateria de escola de samba.

Os 4 curiosos aqui de casa fomos ver o que era.

E, claro, enquanto atravessávamos a rua, o barulho acabou.

Vácuo.

Festa 1 x 0 Curiosos.

Gastrite incomodou logo cedo. Resolvi que merecia chegar atrasada no curso.

(A sorte foi que meu professor resolveu também).

Depois, aulas no Canzión. A professora de canto, espantada, disse que minha voz estava ressonando bastante bem. Expliquei que estou tentando colocar em prática o que ela tanto me ensina, ué. Hihihi. Fiquei feliz.

Saí de lá por volta das 17h, e o sol me convidou para uma caminhada que durou 3 horas.

Passei por uns 3 ou 4 bairros até chegar em casa, e descobri que a cidade estava em festa!

Diversas ruas foram fechadas e enfeitadas com barracas e atrações culturais.

Celebrou-se hoje em 98 municípios da Catalúnia a Festa do Comércio Justo.

O objetivo é difundir os valores e propostas de «Comércio Justo» (preço correspondente aos custos de produção dos artigos; retribuição digna pelo trabalho; respeito aos direitos humanos; erradicação da exploração infantil; benefícios para comunidades produtoras; respeito ao meio ambiente; igualdade de gêneros) e «Banco Ético» (transparência, critérios éticos; benefícios para todos; melhor oferta de serviços).

Na prática: lojistas saem às ruas e vendem tudo com descontos, e voluntários organizam atrações infantis, bingos e apresentações culturais.

Divertido.

E me rendeu um perfume, que eu ganhei de mim mesma. 30% de desconto.

Viva o Comércio Justo!

Fiesta y feijoada

25/04/2010

Dia especial em vários aspectos.

Participei do culto cantando pela primeira vez com o grupo de louvor.

Mistura de sensações: estranheza, emoção, alegria, gratidão.

Depois, FEIJOADA em casa.

Para quem nunca tinha cozinhado nem feijão, modéstia às favas, ficou per-fei-ta.

7 brasileiros e 1 italiano comeram extremamente bem (e mandaram lembranças para a D. Zeneide, doadora dos ingredientes maravilhosos que o Igor contrabandeou para cá).

Vieram até as folhas de louro. Profissionalismo, minha gente.

Passamos o dia no fogão, mas ouso dizer que foi uma das noites mais divertidas que já tive aqui em Barcelona.

De quebra, ainda assistimos a uma apresentação profissional de forró de Luiza e Rhoden, meus ilustres e cearenses companheiros de piso. Rastapé de verdade:

Mais tarde, quando vi, estava tocando teclado e a sala virou um videokê.

Fomos de Victor e Léo a Roberto Carlos sem perder a classe (minto, perdemos a classe quando passamos por Grupo Revelação #vergonha).

Divertido é pouco para descrever o dia. Foi realizador.