Primeira faxina de verdade.

O trio funcionou com muita harmonia e num instante a casa estava brilhando.

Pra comemorar, bora pro Gótico.

Blusinhas por 3 euros, sandálias por 12.

A festa acabou com sangria na Plaza Mayor.

Pulpos a la plancha acompanharam.

(Claro que estes só eu comi os tais polvos grelhados. Igor e Bel experimentaram corajosamente, mas ficaram na batata frita. Tsc tsc. Melhor. Sobrou mais pra mim).

De sobremesa, como não podia faltar, um gofre bem gordinho.

Hola, me llamo…

04/06/2010

Do primeiro móvel achado na rua a gente nunca esquece.

Hoje eu voltava do trabalho e, já na rua de casa, vejo na esquina um simpático aparato.

Conservado para a idade, limpinho, compacto, estava ali me esperando:

Estou em dúvida se o chamo de gaveteiro ou de criado-mudo.

Nome do primogênito é assim, meio complicado de escolher.

¿Vosotros qué opinais?

Dieu merci

13/03/2010

Aula sobre usabilidade e – confesso – as únicas coisas que eu pensava em usar eram meu passaporte e minha passagem para Paris. Saí correndo, arrumei o resto das coisas e fui para a rodoviária.

O preço de quem quis economizar e ir de Ryanair (companhia aérea mais barata daqui) foi fazer o pouco cansativo trajeto:

  • Barcelona – Girona (busão / 1h30);
  • Girona – Beauvais (avião / 1h35);
  • Beauvais – Paris (busão / 1h15).

O ônibus veio lotado de italianos. Engraçado lembrar de algumas expressões e constatar que foi um ano de estudo à toa, porque a língua se esvaiu completamente da minha cabeça. Ao mesmo tempo, tentava pensar em inglês, para ir treinando, já que a única palavra que entendo em francês é «merci«. Mas, na hora H, quando eu tinha que falar qualquer coisa, só saía o espanhol. Pane mental.

A chegada, encantadora. Até o ar dessa cidade é perfumado.

Achei a Gio no local combinado e, depois de um mini surto «Estamos em Pariiiis!!!», fomos caminhar.

Pegamos um vinho e ficamos até 2h da matina filosofando à beira do Sena.

Atenção: os posts dos próximos 3 dias serão assim, chiques. Mas não devem soar arrogantes não, falou? Continuo sendo a Cíntia, menina doce, agradável e modesta que você conhece. Talvez um pouquinho mais feliz, apenas, por estar realizando mais um sonho, com a graça de Deus.

Arroz caldoso

10/02/2010

Dia de fazer despesa «grande» no Carrefour, o supermercado maior, mais barato e mais longe daqui: macarrão, molho de tomate, queijo, manteiga, milho verde, linguiça, papel higiênico, farinha, caldo de frango, mexerica (desisti no caixa – tava caro), vinho, suco, café (!?), leite, pão e, claro, um item básico de sobrevivência: kit-kat.

Ah, e um livro: 100 años de soledad, do Gabriel García Márquez. Esse é um daqueles que tava na lista dos «tem que ler» mas eu nunca tinha lido. O último dele que li foi «El amor en los tiempos del cólera«, que é impressionantemente bom, embora tenha a leitura meio cansativa porque a história não anda. Mas tirei lições de vida dali. Recomendo.

Assim que cheguei, resolvi cozinhar. «Ingredientes não faltam», eu pensei pouco antes de perceber que tinha esquecido de comprar arroz. Fui ao mercadinho aqui do lado e paguei 3 reais num pacote de 1 kg. Entenderam por quê pego um ônibus para ir ao Carrefour?

Bom. O arroz ficou «papa» (vai demorar para acertar o ponto. O arroz daqui, além de redondo, é duro! Será que era trigo? Não funcionou colocar o dobro de água; tentei colocar mais e virou uma meleca). Mas o gosto tava ótimo e é o que importa. Jogar 1 euro no lixo é que eu não ia.

(Mãe, é zueira o lance do trigo! Eu sei o que é cada alimento, só não sei prepará-los tão bem quanto você… Ainda!).

Aproveitei um frango grelhado sem graça que eu tinha feito ontem e incrementei com milho-verde refogadinho na manteiga e no azeite, com umas ervinhas. Auto-orgulho.

À noite, para a casa da Raquel e do Tiago para me despedir direito. Saí praticamente fugida de lá no sábado, porque o dono desse apartamento me pressionou até a alma para eu vir logo. Enfim, acertei o que tinha que acertar, dei abraços de obrigada e vim embora.

A pé. 23h30. Com 300 euros no bolso, que saquei num caixa no meio da rua (sim, aqui são raras as cabines, e os caixas ficam virados para a calçada). Tranquilo! Os únicos inconvenientes foram o cansaço e o frio – caminhei mais de meia hora para ir e outra para voltar. Pensa numa branquela com bochechas queimadas do vento gelado. Bonito…

Homenagem pública para o sogrão, Alex Alexandroff, que hoje ficou extremamente SEX. Sexagenário! Parabéeeeeeeens!

Fuso horário fazendo efeito.

Relógio despertou às 9h e foi ignorado. Quase – QUASE – perdemos o desayuno, que ia até 10h. Acordamos às 9h58.

Foi um tal de bota-blusa-por-cima-do-pijama-e-desce-correndo-com-a-cara-inchada.

Deu tempo e economizamos uns euros e consequentemente uns 2x reais. Importante.

Às 13h, saímos para a aula, que começaria às 16h. Almoçamos no caminho: KFC, o primeiro trash food do ano. Mas foi em frente à Sagrada Família, então valeram as calorias.

Depois descobrimos a Carrer de Gaudi (Rua de Gaudi, em catalão). Calçadão gracinha que fica perto da faculdade. Descobrimos, aliás, que a caminhada até lá dura muito mais de 1 hora. Mas esquecemos de novo de calcular exatamente.

A primeira aula obviamente contou com bizarrices. Ficamos até quase 16h30 numa sala 11 que ficava no térreo até descobrirmos que a aula era no primeiro andar. Aff. Ainda bem que havia quase 10 pessoas cometendo o mesmo mico.

As pessoas parecem… sei lá… espanholas.

Não dá pra ter ainda uma primeira impressão, exceto por:

–         minha compreensão auditiva está boa;

–         a compreensão auditiva do que eu falo até que passa;

–         minha paciência para aulas está razoável;

–         meu botão de “azeite” tá ligado pra pessoas que se acham e querem dominar o assunto no grupo;

–         somos 5 brasileiros e todos à primeira vista fomos simpáticos e nos unimos patriota e instintivamente numa panela – que não é fechada, mas é panela;

–         o curso vai ser puxado e os coordenadores são exigentes.

De resto, a ver como se vá.

Voltamos de ônibus – nem 15 minutos – e jantamos restô dontê.