A data mais esperada do ano: o primeiro dia de liquidações.

A não-assalariada que vos fala estava desde julho sem comprar uma peça de roupa sequer, esperando esse momento mágico em que todas – TODAS – as lojas simplesmente deletam metade do preço nas mercadorias.

Minha abstinência não poderia durar nem um dia mais.

Digamos que fomos à loucura.

Eu, já ciente do que me aguardava, fui tentando alertá-los.

Não foi o suficiente: ensandecemos. Nós e todos os habitantes de Barcelona.

As lojas pareciam um formigueiro. Pior que 25 de março no Natal.

E quando eu pensava que estava pirando, via Marlene e Erica num estágio muitíssimo mais avançado de delírio e me tranquilizava: com todo o direito, fizeram a festa. Deu gosto de ver. Tanto que até a minha própria necessidade de gastar eu supri quase sem colocar a mão no bolso, só de olhar a felicidade delas.

Erica, com seu corpinho perfeito, ficava contente com qualquer coisa que provasse. Tudo não apenas servia, mas ficava lindo nela: XP, P, M ou G. Não tinha erro.

Paramos apenas quando não tínhamos mais mãos para carregar sacolas.

Nesse momento, chegaram estrategicamente Igor e Alex para nos ajudar.

Quando tudo fechou e as pernas já não aguentavam andar, fomos jantar.

Paella neles! Hum…

Alegres futilidades

26/07/2010

Última semana de rebajas.

Portanto, perdoem-me pelos próximos temas aparentemente fúteis.

Pode não fazer sentido para você, mas esperei meses por essa época do ano, e reservei economias para não passar vontade agora.

Quase todas as lojas estão com 70% de desconto.

É de chorar de alegria.

Hoje foi a vez do Igor.

Eu o fiz vir para cá quase sem roupa nenhuma na bagagem, já prevendo que haveria muita coisa bonita e barata em promoção.

Fato.

Ele saiu já da primeira loja com 4 camisetas, 2 moletons, 1 calça e 2 jaquetas lindas de inverno por 60 e poucos euros.

(As jaquetas custavam originalmente 80 cada).

Fala se não é um charme:

Na próxima parada, ele achou um sapatenis super estiloso por 7,99 e outro por 12,99.

Dá para entender um pouco a alegria dos ricos.

Você sai da loja com a auto-estima lá no céu de vestir tanta coisa bacana.

#prontofalei

Vou tentar me controlar nos próximos dias.

Sandália mona!

07/06/2010

E, finalmente, meus pés sentiram o ar de Barcelona.

Dei-me de presente esta coisa graciosa e saí por aí cheia de estilo.

(Clique na foto para ver mais modelos da Mustang, marca fofa daqui).

A bota marrom se aposentou há uns 2 meses.

O tênis de cano alto não encara o ambiente «firma».

Havaianas só no fim de semana.

E a sapatilha preta já sabe ir sozinha para o trabalho.

É. Tava mais que na hora.

Boina

20/04/2010

Finalmente entreguei o trabalho. E um elefante saiu das minhas costas.

Comemoramos caminhando das 15h às 22h.

O dia estava ensolarado, e saímos por aí. A ideia era ir até um shopping que fica no comecinho da praia. Loooonge. Mas a companhia era ótima e o caminho era lindo: uma avenida larga e arborizada, com gente andando de patins ou bicicleta por todos os lados. (Saudade do meu patins).

Compramos três camisetas, duas malhas, seis meias e uma boina para o I + uma meia calça e um lenço para mim por menos de 50 euros. Loja fantástica. Quantos dias as roupas vão durar eu não sei, mas que é boa a sensação de sair na vantagem, isso é.

Para boina do Igor, claro, parágrafo à parte. É bem daquelas «de vovô» que usa um colega nosso – que aqui vou chamar de Patrick Maia para manter sua privacidade. Eu acho um charme (não o Patrick, a boina). O Igor também (diz que) curtiu.

Habemos teclado!

13/04/2010

Nem eu acredito.

Depois de uma agradável (e longa) caminhada pelo bairro de Gracia até a loja de instrumentos, saí de lá com um teclado.

Assim, pá-pum.

Pedi para olhar dois modelos, anotaram os preços. Saí de lá, liguei para o Ramón, rapaz da igreja que – depois constatei – era o chefe de todo mundo lá. Falei quais eram os preços. Ele, por telefone mesmo, pediu uns minutos, fez contas, e me deu um preço sensivelmente mais baixo. Disse que se eu quisesse, ele ligava lá agora e eu podia voltar e comprar.

E assim foi. Quando voltei na loja, fui tratada como rainha e em pouquíssimos minutos saí feliz com um brinquedo novo! Aproveitando a brincadeira, o Igor ganhou uma pedaleira para a guitarra (Hein?!? Pois é.) – com o mesmo desconto, claro.

Depois disso, Isabel e I formaram o já conhecido complô e me obrigaram a comemorar no Burguer King. Isso lá é lugar para comemorar?? Para as crianças que estavam comigo, é.

Então fomos nós, teclado, suporte e pedaleira de metrô até o bendito Burguer King.

E – confesso – a cara das crianças compensou o esforço.

Cada um com seu motivo para estar radiante.

Manhã dedicada ao trabalho que eu preciso entregar logo mais.

Depois do almoço, encontramos a Bel no Gótico e por lá ficamos até as lojas fecharem.

Comprei – finalmente! – calças e blusas novas.

Só o Igor para me encorajar a gastar em euros.

Se bem que o preço foi algo bem similar ao que eu pagaria na Renner aí no Brasil. Tipo blusinha legal por 9 euros.

– Defina «legal» – dirá meu irmão num tom extremamente apreensivo.

– Ah, não sei. Algo estiloso, tipo calças beeeeem larguinhas e blusinhas diferentes – eu tentarei argumentar, eufemizando a coisa toda.

É. O Bruno não vai mais ser meu amigo quando eu voltar.

Acordamos sentindo o corpo reclamar da maratona ensolarada de ontem.

Muitos 5 minutinhos depois de o despertador tocar, levantamos.

Praia e frio nos obrigaram a comer nosso bocadillo acompanhado de um vinho no calçadão.

Cansados de tanta cultura, passamos a tarde no shopping.

Ganhei um casaco que não sei onde vou levar na mala minúscula que a Ryanair nos deixa trazer. E o I ganhou uma camiseta e uma camisa bonitas.

Jantamos pizza com um azeite apimentado. Nada se compara à pizza de São Paulo – concluimos.

Malas prontas e bora amanhã para Granada.

Já tenho NIE (numero de identificación de extranjero) e não preciso mais andar com o passaporte e correr o risco de perdê-lo (como – agora posso dizer – já aconteceu e não contei, porque não queria preocupar ninguém; graças a Deus, me dei conta depois de 2 dias que tinha deixado numa loja e guardaram pra mim). Risos.

A cabeça só tá aqui porque tá grudada (mas, atenção: ainda não perdi o guarda-chuva!).

(Tinha colocado uma foto do documento, mas tirei depois de receber o comentário abaixo – Gracias, amig@).

O dia estava mega ensolarado e nevou! Sabe quando faz sol e chuva ao mesmo tempo? Igual, só que, ao invés de chuva, eram flocos de neve. A coisa mais linda do mundo.

Voltei caminhando pelo bairro de Grácia, que honra o nome que tem.

Passei num chino e me dei presentes: meias 3/4, meia-calça e uma jaqueta quente meio breguinha com touca de esquimó (daquelas que o Bruno me zoaria até a morte se me visse usando). Precisava me preparar para o frio de Paris. #desculpinhaesfarrapada

A atitude socialmente responsável de hoje foi ir um Ponto Verde e pegar sacolas de reciclagem para nós. A prefeitura distribui esses kits gratuitamente, e tem contenedores para cada tipo de lixo em cada esquina. Não tem desculpa para não colaborar.

Vidros no verde, papéis no azul, plásticos e metais no amarelo!

Bebé Johnson

24/02/2010

Passeio de hoje: procurar uma livraria evangélica em Barcelona.

Segui a indicação de um tiozinho da igreja e achei uma a uns quinze quarteirões de casa.

Ali conheci Inês, equatoriana da Assembléia de Deus, que me tratou muito bem, elogiou meu espanhol e me indicou uma Bíblia linda, com capa de tom vermelho queimado!

Comprei uma para mim e uma para dar de presente para a Isabel.

Lá conversei também com a dona da livraria, uma americana chamada Joici, que tinha um olhar triste. Soube que seu marido está com vários problemas de saúde e internado há bastante tempo. Ele sempre foi esportista, fazia escalada, e agora está preso numa cadeira de rodas e depende dela para tudo. A senhora começou a desabafar quando eu perguntei seu nome. «Me chamo Joici, mas pode me chamar de qualquer coisa menos isso» – ela não aguenta mais ouvir o próprio nome de tanto ouvir o marido chamá-la. Eu só pude falar que Deus está no controle de todas as situações. Difícil.

Um tiozinho que trabalha lá, o sr. Carlos, contou que frequenta a Igreja Batista Ebenezer, perto da minha casa. Pretendo ir lá domingo à noite para conhecer.

O dia estava tão ensolarado que resolvi caminhar, caminhar, caminhar. E comprar um guarda-chuva. Hahahaha…. Finalmente achei um bem bonito e bem barato! Verde Brasil, daqueles grandões, pra eu não esquecer por aí. Pronto, agora pode chover!

Fato bizarro: fui comprar absorvente. 2,50 euros num pacotinho mixuruca, de marca Carrefour. Até dói a alma. Mas, ok, eu precisava. Desconfiada, ao escolher os tamanhos (mini, normal e grande), peguei o mini. «Vai saber o que é o normal dessas espanholas», pensei. Ao desembrulhar o dito cujo «mini», me deparei com um tijolo que seria como aqueles brasileiros do naipe «noturno», manja? Tirei até foto para vocês verem, comparando com o tamanho do meu pente. Ou seja, estou usando fraldas. Pode rir.

Chuvinha na janela logo de manhã e eu na estufa, dentro do saco de dormir. Meus cinco minutinhos viraram uma hora a mais. Até porque eu ia sair e não comprei ainda o guarda-chuva. Hihihi.

Encarei a chuva com meu casaco impermeável e segui para o Ikea. No ônibus encontrei o sr. Marcos Novas, um velhinho uruguaio simpático que me ajudou a identificar a estação que eu procurava. Ele também caminhava rumo ao metrô e fomos conversando. Contou que está aqui há mais de 30 anos e adorou saber que eu sou brasileira, porque «somos vizinhos». Antes de dar tchau, ele anotou seu nome e telefone, disse que se eu precisasse de qualquer coisa aqui era só ligar, e acrescentou: «Con eso nos tornamos amigos para toda la vida. Suerte!». Quase chorei. Sempre quis ter conhecido meus avós…

Já na loja, antes de qualquer coisa, fui comer o tal perrito con cebolla de 1 euro que a Raquel tinha comentado ser maravilhoso. E é.

Se pagar 1,50, o refil do refri é grátis. A salsicha é muito diferente, branquela mas saborosa. E em cima tem cebola frita (nunca vi coisa mais gostosa!) e picles, para quem curte.

Ah, e a mostarda sueca é perfeita.

Comentário gordo à parte, fiz a despesa de roupas de cama, travesseiros, edredom, luminária, velas perfumadas e coisinhas bonitas que eu tava precisando pra deixar o quarto «morável». Agora já posso mostrar fotos!

Fui ainda à noite a um concerto de alunos no Conservatório Municipal de Música de Barcelona. No repertório, Vila Lobos executado por violão e violino. Lindo e gratuito.

Lá conheci a Keysy, uma garota americana do Texas com quem puxei assunto quando vi que estava tão perdida quanto eu. Conversamos bastante numa mistureba total de idiomas. Ela está aqui para aprender espanhol, embora ainda não consiga formar muito bem as frases. Então eu falava portunglês e ela falava inglesnhol. Morremos de rir e combinamos de sair outras vezes. Ela é super do bem e muito querida.

Adoro fazer amigos, e hoje foram dois! – e, pelo menos um deles, «para toda la vida».

:’)

Justicia divina?

30/01/2010

Gestores de contenido. E eis que entendo o que é de verdade o WordPress, o NPA e tantos outros programas que já usei e não sabia como eram por dentro. Interessante! Logo mais vou procurar uns plugins e outros trecos para aprimorar este humilde espaço.

O almoço tipicamente gaúcho ficou por conta da Isabel, que mandou benzasso no arroz carreteiro com linguiça. Para tapear a abstinência de verde, rolou também uma saladinha.

À tarde ainda deu tempo de visitar uma exposição no Caixa Forum, um espaço patrocinado pela iniciativa privada (banco La Caixa) que tem várias mostras gratuitas durante o ano. A de hoje foi bem um choque de realidade: Camboja, Paquistão, Vietnã, países que sofrem retratados por fotógrafos, digamos, sensíveis. Quase sensacionalistas.

Se seu estômago aguenta, aqui tem algumas fotos de Camboja. Para adiantar o cenário, tratam-se de crianças mutiladas vivendo felizes em meio à pobreza. As estatísticas dizem que lá tem uma mina (prestes a explodir) por habitante. As imagens de mulheres paquistanesas agredidas com ácido, cujos rostos ficaram irreconhecíveis e mutilados, não tive coragem de fotografar. Dói o coração.

Tentei ir à igreja no fim do dia (hoje, pelo que eu havia entendido, haveria um culto dirigido pelos músicos daquele curso que comentei). Andei por uns lugares obscuros até encontrar o local e – surpresa! – fiquei no vácuo.

Não era hoje, não era lá, não era pra ser. Ou todas as anteriores.

Em compensação, descobri nesse bairro uma rua bacana e cheeeeia de lojas! Em uma delas, uma raridade: um casaco compridinho roxo escuro me esperava de mangas abertas por apenas 12,99 euros. Sim! 12,99 era o que estava escrito na etiqueta!

Passei o cartão de crédito sem dó e é claro que o preço da etiqueta estava errado. Eram 16,99. Não, não. «Tava escrito 12,99», eu argumentava. O que é justo é justo.

Ao que a gerente da loja respondia: «Está marcado errado, lamento muito, e infelizmente não posso devolver seu dinheiro. Posso, no máximo, te dar um vale de 16,99 para você comprar o que quiser nos próximos 30 dias».

Eu olhava à minha volta e nada mais me atraia.

Não, nem pensar. «Eu quero levar aquele casaco. E por 12,99».

Buenas, lá se foram 15 minutos com a loja já fechada e eu dentro, exercitando a tolerância cultural e tentando lidar com a «gentileza» da espanhola.

No fim das contas, levei o casaco. Por 16,99. Mas ganhei duas meias e três pulseiras como pedido de «desculpas» pelo transtorno.

Justicia divina.

Empieza el Javanês

23/01/2010

Aprenda CSS em duas horas e Javascript em vinte minutos.

Socorro.

O que era grego virou javanês.

E tenho agora que programar uma página «simples» incluindo HTML, CSS, JavaScript (o que, para comunicólogos leigos como eu quer dizer um site com várias páginas, formulários de contato, galeria de fotos, funcional e mil versões de navegadores diferentes, blá, blá, blá).

Ninguém manda falar alto por aí que curte desafios. Toma.

Para ajudar, hoje é o início de uma provavelmente-tenebrosa TPM.

O que aconteceu, então? Crise compulsiva.

Dei-me de presente umas coisinhas, tipo um esmalte, um pente, uma meia fofinha, um cinto vermelho, um livro, uma toalhinha de mão, um porta-moedas e um tênis e um chocolate Lindt (dos três últimos eu realmente estava precisando).

E, para arrematar a noite, um grofre. Olhaí:

Hum…

Agora que o frio chegou com mais veemencia, estamos usando a abusando do sistema de transporte, que é excepcional aqui. O mico do dia foi tirar fotos no metrô para mostrar para vocês.

Habemos fotos!

16/01/2010

7h30 da madruga, café.

E bora caminhar 1h30 até a universidade. Dessa vez, a bota pediu água. Preciso de um tênis.

Nome científico da aula: Introdução à Linguagem Web. Nome popular: Grego.

HTML, PHP, JAVA, tudo sobre o que eu sempre ouvi falar e nunca quis entender.

<CR><LF>

O professor parecia um locutor de rádio narrando alucinadamente uma partida entre Apple e Microsoft.

No intervalo, as pessoas correram desesperadas em busca de cafeína. Assunto empolgante geralmente gera esse tipo de reação.

Nem tudo o que é importante é legal, infelizmente. Vide declaração de imposto de renda, segunda via do registro do carro, homologação de diploma, visto de estudos para a Espanha… Enfim.

Na volta a pé fomos até a Ronda de Saint Antoni, a Santa Efigênia daqui, e finalmente comprei minha câmera digital! Agora não me sinto mais no Ensaio sobre a Cegueira. Tanta coisa linda pra fotografar e eu sem poder congelar esses momentos! Agora não mais, graças a Deus.

Em breve, Flickr atualizado. Amém.