Coxinha con Raquel

15/03/2011

Raquel e Tiago são o casal que primeiro me abrigou aqui em Barcelona.

Fofos e mineiros até onde dá pra ser.

Tirei o dia para ensinar a Raquel a fazer coxinha.

Processo completo: massa, recheio, preparação e comilança.

Fica aqui a receita especialmente da D. Zê para o mundo!

Rendimento: 20 a 25 unidades.

Tempo de preparo: demoradinho…

Grau de dificuldade: inversamente proporcional ao seu desejo de comer.

Ingredientes para a massa:

– 2 copos de leite

– 1 gema

– 2 colheres de margarina

– 2 tabletes de caldo de frango

– 2 copos de farinha de trigo

Ingredientes para o recheio:

– 1 peito de frango grande

– catupiry ou algumas :S fatias de queijo fundido

– um monte de salsinha, cebola e alho para refogar

– um nada de catchup ou molho de tomate

Ingredientes para el gran finale:

– leite para dar banho

– farinha de rosca para empanar

– óleo para fritar

– amigos para elogiar seu trabalho

Modo de preparo do recheio (comece por aí):

Cozinhar o peito de frango com água, sal a gosto e um fio de azeite.

Desfiar e/ou cortar em pedacinhos, e refogar com bastantíssima cebola, alho e salsinha.

Se quiser, colocar um pouquinho de colorífico ou catchup para dar uma corzinha.

Para não ficar seco, colocar um pouquinho de creme de leite. Vai dar aquela «liga» no recheio.

Acerte o sal e reserve.

Modo de preparo da massa:

Numa panela grandinha, colocar o leite, a margarina, o caldo de frango e a gema (peneirada, de preferência). Mexer.

Quando ferver, abaixar o fogo e juntar aos poucos a farinha de trigo, mexendo loucamente com uma colher de pau, até a massa virar uma bola que desprende da panela.

Deixar esfriar e modelar os salgadinhos. Coxinha é bonitinha, mas risólis é muito mais fácil. É só abrir a massa com um rolo (+- 1 cm de espessura) e usar a boca de um copo grande para cortar rodelas.

Rechear e fechar em forma de risólis.

Finalização:

Mergulhar os risólis no leite e depois passar na farinha de rosca.

Fritar em óleo quente.

Abrir um Guaraná e mandar ver.

Chamar a Cíntia e o Igor para ver se ficaram bons! :)

Começamos o ano parecendo muito chiques e cultos: pela manhã, Concerto da Orquestra Filarmônica de Viena, retransmitido numa tela gigante na praça principal.

Passamos a tarde caminhando por lugares grandiosos da cidade: parques, palácios, Parlamento, museus. Todos lindos e impressionantes. Quase musicais.

E, como nosso turismo tem uma parcela assumidamente gastronômica, fomos conhecer a Torta Sacher, a mais famosa de Viena. Sem exageros: 1 hora na fila do restaurante.

A torta? Bem nhé pelos 5 euros que custou. A cobertura parece Toddy Falsinho diluído na água fria. Por dentro é bolo com recheio escasso. Blargh. Decepcionante.

Dali voamos para o MUMOK, Museu de Arte Contemporânea. Bem interessante. Eles tem bastante coisa de Andy Warhol e Lichtenstein, tipo Pop Art. Também curtimos o Hiper Realismo. Pinturas quase fotos.

Rolou ainda uma tentativa de ir conhecer os lendários bares/adegas que produzem seus próprios vinhos, num bairro afastado de Viena. Meia hora de trem, mais uns 35 minutos de busão, para pegar outro ônibus que nos levaria até lá. Sim, levaria. Perdemos o último e tivemos que, com a barriga roncando, fazer o trajeto de volta e procurar um canto para comer.

Administramos a frustração e achamos um pub delicioso, onde provamos o típico Wiener Schnitzel, bife à milanesa com batatas. Come bem, esse povo.

Ah! Como não poderia deixar de ser, andei tirando fotos de algumas tendências. Todas Skavuska, bem Skavuska. Estão lá no Orkut.

Caminhada básica de volta para o albergue e zzzzz: exaustão.

En grande estilo

05/12/2010

A gaúcha fez questão de se despedir da família em alto estilo.

Jantar à moda, para paulista nenhum botar defeito: picanha no forno.

Sim, a Bel achou um lugar que vende essa maravilha aqui no Mercado da Boqueria.

Preparou um jantar delicioso para nós.

Depois ela quer que a gente aceite a ideia de que ela vai embora.

Não dá, gente, não dá.

Amanhã, lenços.

Bruselas

25/11/2010

Frio, tipo muito.

Chuvinha que ia-e-vinha. Grossa, quase neve.

Colocamos toda a roupa possível e fomos conhecer a cidade.

Começamos pelo Atomium, o monumento mais famoso da cidade, que representa um cristal de ferro aumentado 165 bilhões de vezes. Foi construído na década de 50, quando se acreditava que a energia atômica salvaria o mundo. #simeuleioguias

Dali fomos até o Manneken Pis, estatuazinha de um menino mijando que, em teoria, simboliza o espírito independente dos habitantes da cidade. #vaientender

Almoçamos no Groot Eiland, restaurante nada turístico e, por isso, idealmente típico.

Comida BBB: belga, boa e barata.

O único porém foi que, de tão típico, ninguém falava inglês. Só francês.

Perguntei o que era o prato do dia, para ver se facilitava.

A senhora que nos atendeu falou:

«Mmmm… chicken… jdgjsnsafla… dnjksa asg njkaagpekgn… very good!».

Suficiente para nos convencer.

Veio uma sopa de cebola maravilhosa com pãezinhos, e um filé de frango coberto com ratatouille (cenoura, vagem, batata e molho de tomate), acompanhado de purê de batata.

Comemos até explodir, felizes da vida.

Andamos bastante pelo centro da cidade visitando os lugares principais.

Paramos no supermercado para comprar o estoque (obrigatório) de chocolates e queijos.

Na ida até o aeroporto, nevasca.

(Mais fotos no Flickr)

É muita alegria. #obrigadaDeus

Paella de María

18/11/2010

Eu tento evitar, mas a culinária me persegue como tema para o blog.

Hoje é a vez da famosérrima PAELLA.

Seria uma vergonha ter morado um ano na Espanha e não ter aprendido como se faz.

Fui a uma fonte extremamente confiável para que me ensinasse: María, nossa vizinha.

Ela, fofa, foi didática e me mostrou todos os detalhes.

Como sou legal (e quero manter meus amigos), divido aqui os segredos.

Tudo começa pela compra dos ingredientes: melhor se forem frescos.

Bora para o mercado em busca de enormes camarões, lulas, mariscos.

Foi praticamente um assalto. Muitos euros o quilo.

Mas tive vergonha de dizer para a tia que eu queria uma paella modesta.

Tudo bem. Se é para aprender, que seja direito.

Quando ela perguntou se eu queria também colocar coelho, cogitei o arrependimento.

Com jogo de cintura invejável, disse que preferia uma paella só de pescados. Típica.

Confesso que, meio em choque, não coloquei a mão na massa.

Dei uma de aluna-ouvinte. No máximo, fotógrafa.

Bom demais para a primeira experiência «fresca» com frutos do mar.

É um tal de corta lula pra cá, limpa mexilhão pra lá.

Mil segredos.

O camarão, por exemplo, só leva sal e fica ali descansando.

Os grandes são «enfeite». Compramos 3 por pessoa.

A sépia (lula), tem que ser bem lavada e depois cortada em tecos. Mas não toda. Tem uma parte do corpo meio nojenta onde fica a tinta que vai para a panela inteira, até soltar o líquido. Só depois é picotada. Mas, calma, chegaremos lá.

A quantidade? Uma lula inteira, tamanho M.

Também poderíamos ter usado uns 500 gramas de camarões pequenos.

Fritamos os camarões em bastante azeite. Reservamos.

No mesmo azeite, douramos uma cebola e quatro dentes de alho em pedacinhos.

Acrescentamos um tomate sem pele cortado em tecos pequenos. Bem de qualquer jeito.

E já podemos juntar a lula, mexendo até a parte nojenta soltar todo o líquido bege escuro.

Nesse momento, podemos cortá-la em pedaços também e continuar fritando.

Lenta e pacientemente.

Em paralelo, lidamos com os mexilhões (300 gr). Precisam ser limpos (raspamos com uma faquinha e tiramos os fiapos que vem grudados, diretamente do fundo do mar).

Processo não muito bonito, mas necessário.

Depois, colocamos numa panela tampada (sem água!) e deixamos ferver.

Sim, eles mesmos soltarão água e, quando uma espuma aparecer, podemos apagar o fogo.

É quase um susto que se dá neles, só para que as conchas se abram.

Descartamos a parte de cima das conchas e deixamos as metadinhas separadas.

Truque importante: pegar essa água que os mexilhões soltam, coar, e jogar na panela.

Vai dar um gostinho todo especial para a paella – explica María.

Quando percebemos que o fritadão tá nesse ponto da foto abaixo, acrescentamos mais ou menos um litro de caldo de peixe. (Detalhe: o processo de preparação desse caldo é um tanto quanto medonho – envolve cozinhar cabeças de peixe – e, graças a Deus, María nos poupou da tortura e já o trouxe pronto).

A próxima fase é acrescentar o arroz (daqueles gordinhos, próprios para paella).

Dois punhados por pessoa.

Essas quantidades que comentamos servem quatro pessoas não muito famintas.

Aí é só administrar o ponto do arroz.

Não pode ficar molenga. Não pode secar.

Se precisar, é só ir colocando mais caldo.

Quando estiver já quase pronto, acrescentamos os camarões e os mexilhões.

Deixamos descansar poucos minutinhos (só o tempo de abrir o vinho branco).

E, felizes da vida, saboreamos a típica paella da María.

Menção honrosa para Igor e Isabel, que esconderam a lula dentro das conchas vazias de mexilhão e fingiram comer tudo direitinho.

Eu, amante de frutos do mar, a-do-rei.

Semana Palmirinha, já disse e repito.

A iguaria de hoje, ideia do Igor: peixe.

(Sim, esse homem não é mais o mesmo, e eu cada vez mais orgulhosa).

Não me pergunte qual. Não lembro. Memória de peixe.

Seguramente era algo similar a um pescado.

Filé.

Banho no limão e no alho, e bora grelhar.

Refogamos cebola e tomate com um monte de tempero à parte.

Juntamos tudo com o leite de coco, deixamos ali até o caldo engrossar.

E comemos com o arroz maravilhoso que a Bel sempre faz.

Eu sei, essa semana está uma tortura gastronômica.

Guentaí que amanhã tem mais.

E – já aviso – vai ser golpe baixo.

No me juzgues

09/11/2010

Faz tempo que eu estou com uma ideia fixa: colocar alho poró numa salada.

(Tem gente estranha que tem umas ideias fixas mais normais, eu sei).

Hoje finalmente achei o dito cujo.

Foi pra salada junto com rúcula, tomatinhos, ovo e queijo feta.

Bom demais da conta.

Comprei também uma tortilla e, para não dizer que nos rendemos à comida catalã, dei uma incrementada: piquei tudo e enrolei em pedacinhos de presunto defumado.

Parece chique, mas não me julgue.

Digamos que eu estou achando o que fazer com o tempo livre.

Não vai ser sempre assim.

E algo me diz que sentirei muuuuita falta disso…

Semana da inspiração culinária.

Fui ao mercado e um bandinho de camarões baratos me seduziu.

Gorgonzolas pulavam, suicidas, da prateleira para o carrinho.

A massa, al dente que só ela, camuflou-se e veio junto.

Subornou-me na saída o vinho branco e não pude me defender.

Estômagos felizes.

Decisiones

04/11/2010

O tempo está voando, a Bel vai embora daqui a pouco, e tomamos decisões.

Vamos para a Alemanha.

Passei a manhã procurando dicas, vendo fotos, buscando informações.

A missão dos próximos dias é mergulhar nas promoções de vôos baratos.

À tarde, fui com a Bel comprar lembranças que ela quer levar.

(Rolou uma choradinha básica no metrô quando pensamos que a despedida se aproxima).

Sob protestos e ameaças, preciso contar que comprei um hidratante para o I.

Nivea for Men, creme para o rosto.

O frio tá começando, e não é dos fracos, não.

A pele fica uma coisa medonha e ressecada.

Comprei mesmo. E me prometi fazer ele usar.

(Pronto, Bruno, tá aqui mais uma piada. Pode zuar…).

O jantar foi uma delícia, preparado por nós três: pizza.

Compramos massas e cada um montou uma: jamón com queijo, alcachofra com salsicha e queijo, e peito de peru, tomate, rúcula e mussarela de búfala. Hummmmm.

Día de risoles

06/09/2010

Depois de ver coxinha ontem por 3 euros e não conseguir comprar porque acabou, deu vontade.

Lá fomos nós fazer risoles (que é mais fácil de enrolar que coxinha).

Bel, Déia e eu nos esbaldamos.

Modéstia às favas, ficaram ULTRA profissionais.

Massa crocante por fora e macia por dentro, recheio temperadinho como se deve.

Fritos no azeite com alecrim.

E, além de saborosos, lindos! Formato padrão, todos iguaizinhos.

Tanto que resolvemos criar um site e começar a vender por aqui.

O que não falta é compatriota morrendo de saudade de um Gostinho de Brasil.

Esse vai ser o nome, aliás.

Porque não basta se divertir. Tem que ganhar dinheiro com isso.

Em breve, site no ar.

Primeira faxina de verdade.

O trio funcionou com muita harmonia e num instante a casa estava brilhando.

Pra comemorar, bora pro Gótico.

Blusinhas por 3 euros, sandálias por 12.

A festa acabou com sangria na Plaza Mayor.

Pulpos a la plancha acompanharam.

(Claro que estes só eu comi os tais polvos grelhados. Igor e Bel experimentaram corajosamente, mas ficaram na batata frita. Tsc tsc. Melhor. Sobrou mais pra mim).

De sobremesa, como não podia faltar, um gofre bem gordinho.

Los perdidos

20/07/2010

Ensaio na igreja à tarde.

Igor me encontrou à noitinha para irmos a um concerto de Jazz em algum lugar em Barcelona que não encontramos até agora.

Subimos no ônibus e não achamos o ponto onde deveríamos ter descido.

Aí, já era. Perdidos em Barcelona.

Ou melhor, fora de Barcelona, porque aquele ônibus nos levou para uns lugares desconhecidos, meio industriais. Devíamos estar em um lugar tipo Diadema. Tinha até uns caras de bigodinho ralo andando pelas ruas.

Assim que nos demos conta do lapso, descemos e esperamos o busão na direção contrária.

Mas desanimamos do concerto. Que mané Jazz. Vamos comer alguma coisa boa.

Criamos coragem e fomos para um restaurante inédito.

Tudo muito bom, inclusive o vinho rosé, que acabou rapidinho.

Voltamos para casa andando em curvas, bem alegrinhos.

Hihihi.

(A foto tá assim porque o I já estava sob o efeito do vinho).

Feliz Aniversário

14/04/2010

Há 3 anos estávamos lá, cantando um ao outro:

Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida eu vou te amar
A cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente
Eu sei que eu vou te amar

E cada verso meu será pra te dizer
Que eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida

Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que essa ausência tua me causou

Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
A espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida

E eu não tinha ideia de que isso faria mais sentido depois de 3 anos.

Hoje, aqui, o presente que nos demos foi estar juntos. E isso tem um valor que não conhecíamos.

Nos vejo mais maduros, mais apaixonados, mais bobos, mais felizes, mais certos da companhia e do direcionamento de Deus nas nossas vidas.

Então, comemoramos.

A vontade de chorar veio (muitas vezes) forte, quando lembrava que logo mais ele vai embora. Mas seguimos os sábios conselhos «carpe diem» de todos vocês e aproveitamos o momento.

À noite, fomos conhecer o Hard Rock Café (e a Cíntia aprendendo a ceder…).

Foi muito mágico. Tomamos tequila, comemos bem e rimos um monte.

Não, não tem coisa melhor.

Un día productivo!

29/01/2010

Fomos logo cedo ver um apartamento que estava agendado.

A localização, perfeita. Todos os supermercados do mundo ao redor, centro próximo, metrô na porta. Até uma sacadinha com mesa e sofá o apartamento tinha.

Entramos e o sonho foi se desmaterializando junto ao pó que emanava daquele lugar. Piso sujo, encardido, cama embolada, sofá que servia de circo pros germes que pulavam felizes dele para o chão poeirento.

Nos dois quartos que estavam ocupados no mesmo apartamento moravam dois rapazes. Espanhóis. Tá explicado. Digamos que o ideal de higiene deles é bem distante do nosso.

Ok. Incluiremos mais um filtro (tem espanhóis?) e seguiremos a busca por um teto.

Para o almoço, estávamos inspiradas: batatas cozidas e frango, ambos ao molho branco e com queijo gratinado. Ficou tão saboroso quanto bonito, então merece foto aqui:

Antes de ir pra aula, ainda deu tempo de tomar banho e lavar o cabelo (com direito à aventura de não conseguir esquentar o chuveiro a gás e ficar meia hora de toalha no banheiro brigando com o registro, até ser salva pela Isabel, que de alguma forma misteriosa já é amiga íntima da água quente).

Fato engraçado é também a nossa discussão de relacionamento entre Raquel/Tiago e Isabel e eu. A gente deixa recados escritos no azulejo da cozinha, com cores diferentes pra saber quem está falando o quê. A briga da vez é sobre as louças que ficam na pia. Tiago/Raquel não gostam que a gente lave, mas a gente precisa ser amada e lava!

Ah, e ainda deu tempo de lavar roupa antes de ir para a aula. Dia produtivo!

Vimos HTML na prática em aula. Agooora o treco tá começando a ficar menos medonho.

O jantar foi absolutamente gordo, dá até vergonha de escrever: pão com Nutella. Culpa da Isabel e seu amor à trashfood (rs, pior que é verdade, a mina PIRA num Burguer King). Aliás, tia Zenildes, ela já mandou encomendar 10 trufas só pra ela quando o Igor vier.

Nunca pensei que diria isso, mas sinto falta de verde na comida.