Andar à paisana em Veneza, durante o Carnaval, é quase crime cívico.

Você se sente constrangido de não estar de peruca, máscara ou fantasia.

Todos estão produzidos. E não é aquela coisa amadora, não.

O povo se prepara, investe na alegoria.

Coloquei no Orkut os exemplos mais basiquinhos, dignos do século retrasado.

Tudo isso para justificar nosso samba para você.

Sim, a porta-bandeira que vos fala e seu respectivo mestre-sala abriram alas para a palhaçada.

Provamos uma infinita variedade de adereços…

E, só então, nos sentíamos pessoas normais.


E os campeões da passarela, destaques do Carnaval 2011:

Repare em um detalhe importantíssimo: eu ACHEI à venda uma boina branca parecidíssima com a que eu tinha perdido!!! Criança feliz.

Shakespeare escolheu bem a cidade para ambientar o romance.

Linda, cheia de patrimônios históricos super bem conservados, romântica…

Chegamos na praça central e vimos, de cara, um desfile bem humorado de carnaval.

Homens, mulheres e crianças com roupas de época, posando fanfarrões para as fotos.

Visitamos a Arena, a Casa de Julieta, várias igrejas, a prefeitura, as pontes. Tudo formoso.

E, para nossa alegria, hoje era o único dia do ano em que todas as atrações turísticas custavam 1 euro! Imagina o quanto amei essa parte.

Ah, e a verdade precisa ser dita, apesar dos prováveis alopramentos zenianos: comemos carne de cavalo – o «tradicional» prato daqui. Estranho, bem estranho.

No fim da tarde, trem para Veneza. Pouco mais de uma hora, e ali estávamos. Muvuca.

No meio da festa: gente de máscaras e/ou perucas por toda parte.

A estação estava absurdamente lotada, assim como a cidade toda.

Andávamos levados pela massa, com mala e cuia, procurando o hostel.

Ao chegar, medo. Uma viela estranha, com uns tapumes ali do lado.

Tocamos, ninguém atendeu. Havíamos chegado 1h mais cedo que o previsto.

Fomos comer. Pizza, claro.

Voltamos já esperando o pior. Atendeu a porta um italiano muito típico, de bigodinho.

Simpático, nos levou até o quarto, que era óóótimo!

Limpinho, bonito, espaçoso, banheiro bom.

Uuuuuuufa. Dormimos feito anjos.

Le Lac de Come

05/03/2011

A meia hora de Milão está essa cidade lindíssima: Lago Como.

Sim, aquele da música Le Lac de Come, que você conhece mas não sabia o nome.

Passamos um dia maravilhoso, com uma vista incrível.

(Mais fotos do Lago Como no Flickr)

No fim da tarde, fomos para a praça principal da cidade, no meio do carnaval infantil.

Milhares de crianças fantasiadas brincavam, jogavam confete umas nas outras.

Tão lindo e inocente que chegou a nos emocionar.

(Veja outras 40 tendências carnavalescas kids no Orkut).

Essas crianças…

Contagiante.

Fim do dia, voltamos para Milão e, de lá, para Verona. Uff.

Luz y tinieblas…

14/02/2010

Na mensagem, o pastor perguntou: «Você se sente amado?». Não responda. Pense.

Contou a história de Lázaro, que era amigo íntimo de Jesus. Lázaro morreu e Jesus chorou, porque de fato o amava muito – e as pessoas comentavam e viam isso no relacionamento deles. Calmamente, então, Jesus foi lá e o ressuscitou. O cara saiu da tumba onde estava depois de uns 4 dias do seu funeral. Saiu embalsamado, cheio de ataduras, com mãos e pés amarrados, mas com vida. Estava vivo de novo, graças a Jesus.

Mas peraí. Se Jesus o amava tanto, por que permitiu que ele passasse por tudo aquilo? Que absurdo! Ele não poderia simplesmente ter impedido essa situação?

Jesus quis mostrar seu amor. Quis mostrar como se importava. E quis mostrar que Ele tem poder sobre TODA e qualquer circunstância, inclusive sobre a morte.

E isso é verdade hoje na minha e na sua vida.

Porque Jesus nos ama e tirou nossas ataduras.

Marcante.

O contraste radical dessa mensagem profunda foi ver – como parte do carnaval daqui – um desfile de diabos. Sim, crianças e adultos vestidos de diabinhos e pulando ao som de batuques com fogos de artifício nas mãos. Tenebroso. Triste. Sombrio.

Como é bom ter a certeza do lado onde vou estar na Eternidade!

Você quer ir para o céu e não tem certeza se isso vai acontecer? Pergunte-me como.

Chuva-quase-neve de manhã. Cheguei na aula com o nariz abaixo de zero, certeza.

Depois, acompanhei a Isabel no Ikea – segunda agora é a vez dela de mudar, e fomos lá comprar roupa de cama, travesseiro, enfim, a velha história. Aproveitei para me presentear com lençóis novos – lembrei que precisarei lavá-los e fazer revezamento…

A Raquel tinha comentado conosco que num lugar X haveria um carnaval de rua, tipo desfile. Isabel e eu fomos ver qualéquiéra. Quando encontramos no metrô algumas figuras como uma vaquinha e um boi com sininho e tudo, já começamos a nos divertir.

Ao chegar lá, surpresa! Chovia loucamente. E, CLARO, estávamos sem guarda-chuva. Daqui já se pode concluir como foi o tal desfile. A galera em pé com seus guarda-chuvas  «abrindo alas» para as caminhonetes alegóricas (sem brincadeira, o negócio era beeeem feinho e a decoração mais caprichada era uma feita de bexigas). Isso sem falar na música, quer dizer, nos batuques amorfos e aleatórios. Nunca pensei que diria isso, mas senti saudades do samba. Ficamos embaixo de um toldo, rindo e passando muito, mas muito frio.

Quando nossas botas e casacos estavam encharcados, nosso pé já era gelo e nosso cabelo estava uó, encontramos uma das nossas colegas de máster, a Paola. Colombiana, gentil, sorridente e do bem. Estava com o marido e um casal de amigos também bastante simpáticos (foi legal constatar que essa «alegria» é uma característica comum a nós, latinos!). Movidos pela frustração de nossas expectativas quanto ao carnaval de Barcelona, fomos todos para um lugar seco onde pudéssemos conversar e rir até 2h da manhã.

Frederico (colombiano e marido da Paola), alemão cujo nome não faço ideia de como escrever (marido da Diana), Diana e Paola (colombianas), eu e Isabel.