Dia de dar tchau à cidade que estará sempre no nosso coração.

O roteiro não poderia ter sido mais perfeito…

Passeio no teleférico do Montjuïc, chegando ao Castelo, com o mar ao longe.

Pôr do sol com uma vista fantástica láááá do alto.

Clara gelada para relaxar.

Kit-kat de despedida.

Caminhada pelos jardins do Castelo, em plena primavera.

Noite de nachos, margueritas e brownies com sorvete no Hard Rock Café.

Como bem descreveu o Igor: o melhor primeiro dia do resto das nossas vidas.

Show

21/08/2010

Fomos conhecer o centro de Valência, o Jardim Botânico e o Mercado Municipal.

Estava um calor absurdo (acreditem: absurdo) e fomos almocar em um shopping, pelo simples fato de precisar de ar condicionado para continuar vivendo.

De lá, o I partiu para o show que, segundo ele, foi fantááááááástico.

Muita gente (educada) e músicas de todas as épocas do Iron, o que, aparentemente, é uma coisa muito legal para ele.

Aproveitei o momento-solidão para conhecer cada esquina do shopping.

Comprei um colar bem fofo em promoção e resisti ao resto.

Segura de que o Igor não comeria nada por lá, levei coisinhas para jantarmos no hotel.

A criança surgiu fedida e com um sorriso gigante, cantarolando melodias estranhas.

Fiquei pensando… para ele, ir a esses shows deve ser tão importante quanto é para mim fazer escova progressiva ou deitar no solzinho.

São os pequenos prazeres da vida.

Tipo chocolate.

Un buen motivo

20/08/2010

Sumi, mas foi por uma boa causa: fomos à Valência.

Eu, para conhecer a cidade, passear, curtir.

O I, para o show do Iron Maden que fechava a turnê blá-blá-blá.

À primeira vista, parecíamos chegar a uma cidade fantasma.

Lojas fechadas, ruas vazias.

Todo mundo em férias.

Deixamos as coisas no hotel (não sem antes relinchar porque nos deram camas de solteiro por «falta de disponibilidade») e saímos.

Caminhamos pelos Jardines del Turia, que era um rio e virou jardim.

Nessa brincadeira de andar, percorremos 8,5 quilômetros.

(Fizemos questão de saber a distância exata, porque o caminho parecia eterno).

Num sol de ferver ideias.

Passamos pelo Museu de Belles Artes, pela Ciudad de las Artes y de la Ciencia, e pelo tal jardim infinito.

Chegamos ao porto só o pó, umas 21h.

Urrando de fome.

No restaurante, as pessoas devoravam mexilhões.

Óbvio que pedi e me esbaldei, apoiada mas não acompanhada pelo Igor, que provou, mas ficou no pãozinho.

A foto não é das mais apetitosas, mas de todo o coração eu digo: estavam maravilhosos.

De comer agradecendo a Deus também era a paella.

Graças ao vinho branco que acompanhou tudo isso, perdemos o último ônibus e deixamos um taxista bem feliz de nos levar até láááááááááá onde ficava o hotel.

Gastrite incomodou logo cedo. Resolvi que merecia chegar atrasada no curso.

(A sorte foi que meu professor resolveu também).

Depois, aulas no Canzión. A professora de canto, espantada, disse que minha voz estava ressonando bastante bem. Expliquei que estou tentando colocar em prática o que ela tanto me ensina, ué. Hihihi. Fiquei feliz.

Saí de lá por volta das 17h, e o sol me convidou para uma caminhada que durou 3 horas.

Passei por uns 3 ou 4 bairros até chegar em casa, e descobri que a cidade estava em festa!

Diversas ruas foram fechadas e enfeitadas com barracas e atrações culturais.

Celebrou-se hoje em 98 municípios da Catalúnia a Festa do Comércio Justo.

O objetivo é difundir os valores e propostas de «Comércio Justo» (preço correspondente aos custos de produção dos artigos; retribuição digna pelo trabalho; respeito aos direitos humanos; erradicação da exploração infantil; benefícios para comunidades produtoras; respeito ao meio ambiente; igualdade de gêneros) e «Banco Ético» (transparência, critérios éticos; benefícios para todos; melhor oferta de serviços).

Na prática: lojistas saem às ruas e vendem tudo com descontos, e voluntários organizam atrações infantis, bingos e apresentações culturais.

Divertido.

E me rendeu um perfume, que eu ganhei de mim mesma. 30% de desconto.

Viva o Comércio Justo!

Nieve en Barcelona!

08/03/2010

Acordei com o telefonema da Isabel: Cí, olha pela janela, tá nevando!

A reação imediata foi abrir a janela e tentar “pegar” alguns flocos cheios de graça. A segunda, sentar-me e admirar a beleza daquela cena. Os flocos dançavam, estavam me convidando a unir-me a eles. A terceira foi, portanto, vestir roupas adequadas e entregar-me à euforia de experimentar algo novo: casaco impermeável, luva, guarda-chuva.

Queria mergulhar naquele quadro, fazer parte da paisagem.

nieve en barcelona(Clique na foto para ver outras)

O dia inteiro foi assim, e os moradores de Barcelona estavam admirados: desde 1962 não nevava desse jeito por aqui.

Não tive dúvidas: depois do almoço, chamei a Isabel e o Fernando para tomar um tradicional café com bolo de maçã perto da Sagrada Família, curtindo a neve pela janelinha. Inesquecível.

Tudo bem que caminhei 15 minutos nas calçadas cheias de gelo e levei mais de 30 na ducha quente para recuperar a sensibilidade nos pés. Mas valeu demais.

Me forcei a acordar cedo, tipo 9 e pouco.

Pre-ci-so entrar de vez nesse fuso, não tô conseguindo dormir antes das 3h da manhã! #querochorar

Fiquei estudando teoria musical num site bacana que encontrei: solfeo.org. Foram horas e horas fazendo exercícios e percebendo que já faz 10 anos que estudei na Fundação das Artes. Pra onde foi toda aquela informação?

Hoje era dia de comprar celular. Fui com a Isabel até o centro (a pé, para não perder o costume) e chegamos à conclusão de que o pré-pago da Orange é o melhor. Escolhi o modelo mais barato da Nokia. Esgotado em três lojas. Reservei e vou buscar amanhã.

Concerto gratuito de música no Conservatório Municipal. Hoje, flautas. Encantadoras. Mas quando acompanhadas por algum outro instrumento. Flauta com flauta parece um duelo – e não um dueto. Sabe o auge da trilha sonora do Tom e Jerry? É isso. Mas não a trilha completa, com cordas, orquestra e tal. Só aqueles sonzinhos finos e desconexos. Assim.


Olha a cara da Isabel e do tiozinho do lado.

Já sei o que ouvir para dormir. «Duelo» de flautas.

«Ver o sol amanhecer e ver a vida acontecer como um dia de domingo…». Meio brega, mas linda essa música. Tava um dia tão bonito que me inspirei e andei até mais que o necessário para ir à igreja. Fui pelo caminho mais comprido que dava, e passei a manhã admirando velhinhos que tomavam sol nas praças. Lembrei um monte da vó… Saudade.

Encontrei a Roberta e sua mãe, e fui filar bóia na casa dela. Sempre boa companhia!

Resolvi voltar a pé. Pensa numa caminhada longa, quase 2 horas. Mas foi ótimo! Como eu disse, o dia estava lindo e valeu a pena curtir cada raiozinho de sol. Vim cantando as músicas da iglesia, já confundindo bem as letras das melodias que cantamos aqui e aí…

À noite fiquei estudando e produzindo conteúdo (momento de auto-orgulho). Faz parte do curso – e da nota – a nossa interação online, e nisso estão incluídos a criação de tópicos de discussão no site, o engajamento nos fóruns de discussão, blá, blá, blá.

Criei, então, meu primeiro tópico: um case sobre o poder de mobilização das multidões na internet. Tá aqui pra quem quiser (e tiver paciência para) ler.

Manhã feliz. Recebi e-mails que me encheram de alegria.

Primeiro, o «pão diário» do Rev. Daniel:

«(…) Que os gigantes caiam por terra, em nome de Jesus, e os teus servos sejam mais que vitoriosos (…)».

Depois, um de encorajamento do Edson:

«(…) Que toda a saudade que está no teu coração seja revertida em abundante alegria na certeza de em todas as coisas somos mais do que vencedores em Cristo Jesus (…)».

E, em seguida, um do Jordi (irmão da Iglesia Alianza Evangélica), me perguntando sobre minha experiência no louvor, porque me ofereci para ajudá-los. Parte da minha resposta:

(…) No soy musicista profesional, estudié pocos años la parte teórica, y mismo la técnica. Pero no tengo dudas de que Dios me llamó para trabajar con alabanza y me capacita a cada día para eso. El me ha dado una sensibilidad que me mueve a siempre buscar Su presencia, y un corazón dispuesto a seguir Su voluntad, reconociendo mi dependencia de Dios en cada paso.

Sé que El me trajo para BCN con algún propósito que todavía no
conozco. Y sé que no fue solo para hacer el Máster. Tengo orado para
que El me diga como y donde servirle, pues esa es la razón de mi
existencia (…).

Muitas verdades.

À tarde, caminhada até o centro (1h30). Lá, passeamos por pelo menos 1 hora. E voltamos a pé novamente. Aí a consciência ficou tranquila e jantamos pão outra vez. Só que com tomate (parece desculpa para fingir que foi light, mas esse é um bocadillo bem típico daqui!).

Para finalizar, eis aqui o que me ajudou a reverter a saudade de hoje em alegria:

Bendiciones

31/01/2010

Tempo de festa, acolhimento e encontro na igreja. Como faz sentido o Salmo 133! Agora sinto mais que nunca essa verdade em minha vida.

Encontrei a Roberta e sua mãe, e nos emocionamos no final do culto ao nos abraçarmos…

Descobri que as células são às sextas BEM no horário da minha aula. E que o curso que eu queria fazer de ministração de louvor é aos sàbados, também no horário da aula. Mas Deus tem planos nisso tudo, tô com o coração em paz.

Fico feliz de ver a Isabel se sentir tão bem ali! Nós estamos aprendendo muitas coisas juntas, vendo Deus agir em nossas vidas, e creio que esse é só o começo. Orem por nós.

De lá (14h) fomos andando sem pressa até nossa casa (19h). Calma, não foi uma caminhada sem pausas. Digamos que fizemos duas paradas estratégicas maravilhosas.

Ambas serão descritas com recursos visuais, porque palavras não me permitem descrever o que foi aquilo:

(clique aqui para ver mais fotos gordas)

Passei a tarde fotografando tendências, a pedido da Nathaly. As mais bizarras coloquei aqui para vocês verem por que as pessoas chamam esse lugar de cosmopolita.

À noite fui ver um apartamento que me encantou mais pelas pessoas que pelo lugar em si. Quarto de casal com janela grande, armário, escrivaninha, espelho pra Dinair nenhuma botar defeito, supermercados próximos, perto da faculdade e do metrô, apartamento grande e simples. Pessoas do bem: um casal brasileiro (cearenses!) e uma mexicana.

Me gustó! O triste é que é mais caro que aqui, mas como estou provisoriamente, cedo ou tarde isso iria acontecer. Amanhã vou dar uma volta no bairro de dia e decidir. Está nas mãos de Deus, como esteve tudo até então.

Vamos a la playa

26/01/2010

Record de caminhada: 4 horas ininterruptas.

Andamos a orla inteira de Barcelona e passamos o maior dos frios até então.

(Clique na foto para ver outras da praia!)

9 graus com vento. Nariz congelado.

(Bizarrice master do dia: pelados na praia).

Depois, cólica.

:(

Dormi de meia-calça, luva, gorro e cachecol.

Fuso horário fazendo efeito.

Relógio despertou às 9h e foi ignorado. Quase – QUASE – perdemos o desayuno, que ia até 10h. Acordamos às 9h58.

Foi um tal de bota-blusa-por-cima-do-pijama-e-desce-correndo-com-a-cara-inchada.

Deu tempo e economizamos uns euros e consequentemente uns 2x reais. Importante.

Às 13h, saímos para a aula, que começaria às 16h. Almoçamos no caminho: KFC, o primeiro trash food do ano. Mas foi em frente à Sagrada Família, então valeram as calorias.

Depois descobrimos a Carrer de Gaudi (Rua de Gaudi, em catalão). Calçadão gracinha que fica perto da faculdade. Descobrimos, aliás, que a caminhada até lá dura muito mais de 1 hora. Mas esquecemos de novo de calcular exatamente.

A primeira aula obviamente contou com bizarrices. Ficamos até quase 16h30 numa sala 11 que ficava no térreo até descobrirmos que a aula era no primeiro andar. Aff. Ainda bem que havia quase 10 pessoas cometendo o mesmo mico.

As pessoas parecem… sei lá… espanholas.

Não dá pra ter ainda uma primeira impressão, exceto por:

–         minha compreensão auditiva está boa;

–         a compreensão auditiva do que eu falo até que passa;

–         minha paciência para aulas está razoável;

–         meu botão de “azeite” tá ligado pra pessoas que se acham e querem dominar o assunto no grupo;

–         somos 5 brasileiros e todos à primeira vista fomos simpáticos e nos unimos patriota e instintivamente numa panela – que não é fechada, mas é panela;

–         o curso vai ser puxado e os coordenadores são exigentes.

De resto, a ver como se vá.

Voltamos de ônibus – nem 15 minutos – e jantamos restô dontê.

Acordei com o relógio da Catedral aqui do lado.

Tentei contar as badaladas para ver que horas eram. Tolice. Nada aqui é tão simplista. Fiquei quase uma hora ainda na cama tentando entender a lógica da coisa e desisti para não perder o horário do café.

Tomei banho e desci correndo 5 minutos antes de fechar. E é claro que fui para o lugar errado e quase paguei 8 euros num prato de bacon com ovos quando na verdade o café estava incluído na diária e era servido em ouuutro lugar. Deu tempo de corrigir tudo e tomamos um café bem bom, com direito a bocadilho de jamón con tomate. É não é que o taxista tinha razão?! Rico!

Depois disso resolvemos ir a pé até a UAB. Mais de 1 hora de caminhada, com direito a chuva no caminho. 14 graus com vento dá uma sensação térmica de muito mais frio, então desfilamos luvas, cachecol, gorro, casacos, uma coisa chique.

Na volta, o almoço pegadinha. “Combinado por 4,5 euros”. Perfeito, pensei. Prato com frango grelhado, salada e fritas + suco ou refri. Fechou, é aqui. Pedi um “zumo de mora” e tomei feliz, embora o canudinho não funcionasse por nada. Na hora de pagar: 4,50 do prato + 3,60 do suco. Ué. Perguntei se não era um “combinado” e ele disse que o prato sim, o suco não. Ah, tá, primo. Paguei R$ 9,684 num suco de amora e o canudo nem funcionava direito! A Isabel jurou me zoar o resto da vida.

Na volta, passamos pela Sagrada Família, catedral que o Gaudi começou e ainda vai ser terminada. Fantástica, Isabel tirou fotos. No caminho, muitas lojas em rebajas (liquidação): Zara, Benetton, Mango, Levis, sem falar das grifes daqui que nunca vi mais gordas. Sai, tentação. Por enquanto, tô resistindo bem. O único abuso foi o suco de amora.

À noite, compramos queijos e vinho no supermercado e comemos super bem. Fiquei muuuuuito feliz de pagar 1,24 euro num queijo brie que em SP custaria uns 18 reais. Comi com um gusto que só vendo.