Dia de dar tchau à cidade que estará sempre no nosso coração.

O roteiro não poderia ter sido mais perfeito…

Passeio no teleférico do Montjuïc, chegando ao Castelo, com o mar ao longe.

Pôr do sol com uma vista fantástica láááá do alto.

Clara gelada para relaxar.

Kit-kat de despedida.

Caminhada pelos jardins do Castelo, em plena primavera.

Noite de nachos, margueritas e brownies com sorvete no Hard Rock Café.

Como bem descreveu o Igor: o melhor primeiro dia do resto das nossas vidas.

Dia focado na tese: lendo, lendo, lendo.

Paro um momento, vou ao Facebook, e vejo um vídeo que me toca o coração.

Não, não tinha nada a ver com o tema.

Mas olha que lindo:

:’)

Pátria amada

11/06/2010

Clima de Copa do Mundo.

Não que algo tenha mudado, muito pelo contrário.

Parece tudo tão normal, tão indiferente às vuvuzelas.

Dá vontade de gritar por aí: «Ei, vocês estão sabendo que hoje começa um evento que mexe com o globo terrestre? Rola botar uma camisa e torcer comigo contra a Argentina?».

Mas meu coração brasileiro, ciente de que as aves que aqui gorgeiam não gorgeiam como lá, reparou que – conscientemente ou não – Barcelona está vestida de verde e amarelo!

Será um sinal?

Fica a homenagem à Pátria Amada.

Canção do Exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Gonçalves Dias
Coimbra, julho de 1843. Publicado no livro Primeiros Cantos (1846). Poema integrante da série Poesias Americanas.

Dia de São Jorge, um dos festivos mais tradicionais comemorados na Catalúnia.

As ruas estavam absurdamente – acredite no «absurdamente»- lotadas.

Homens ganham livros e mulheres ganham rosas vermelhas.

A lenda diz que Sant Jordi era um soldado que salvou uma bela donzela de um dragão. Para livrar o reino das ameaças, uma vez ao ano se oferecia uma moça como manjar para o bichano. Veio, então, Sant Jordi e acabou com a brincadeira. Diz-se que todo o sangue do dragão se converteu em rosas, que representavam as moçoilas que já haviam sido sacrificadas. Daí a tradição de presentear as mulheres com rosas.

O lance de os homens ganharem livros vem do coincidente fato de Sheakespeare ter morrido nessa mesma data. Justa homenagem.

O I, então, ganhou «Catedral del Mar«, de Ildefonso Falcones, novela que narra o contexto histórico da construção da Igreja Santa Maria del Mar, aqui em Barcelona.

E eu, uma graciosa rosa vermelha.

À noite, fato inédito. Depois de incansáveis ameaças minhas, chantagens emocionais da Marlene, sorrisos desafiadores do Bruno e intimada do Alex a manter a honra da família Alexandroff, o Igor concordou em comer paella.

Fomos a um lugar muito gracinha (e barato!) no Porto Olímpico para não ter erro: se for pra provar, que seja a típica e verdadeira paella de Barcelona.

«Maravilhosa!!!!!!!!!!!», exclamamos Bel, Fernando, Beta, Nico e eu.

«Até que é bom», o Igor assumiu. E repetiu TRÊS vezes.

Vitória.