Acordei absurdamente lotada de vergões vermelhos pela pele.

Coceira absurda, sem fim.

Tinha começado ontem, mas eu pensei que era a tal doença viral de criança.

Liguei para o convênio: «preciso de um dermatologista urgente, por favor».

«Xi, senhora, só em março. Se estiver muito mal, vá ao pronto-socorro».

Fui.

Não tava aguentando a auto-pinicação.

O médico, malandro: «Tá tomando algum medicamento?».

Desde sexta à noite estava tomando o tal antibiótico.

E tudo fez sentido.

Reação alérgica ao antibiótico. De novo!

Me medicaram na hora e me mandaram trocar o dito cujo.

Digamos que não existiam muitas opções: dentre os que a bactéria é sensível – e eu não sou alérgica, ou não são utilizados só em casos muito graves – sobrou um.

O médico foi ler a bula, não tinha certeza dos efeitos colaterais. Dose única.

Ele ainda falou, com um ar de conselho: «Olha, se eu fosse você, não me rotularia alérgica a esse antibiótico também, porque no caso de uma doença grave, já sendo alérgica ao outro, você nos deixaria sem muitas opções».

E como eu faço para não ser alérgica, doutor?!? Como se fosse uma escolha minha.

Eu tava muito nervosa – e com muito sono, do anti-alérgico que me deram na busanfa.

Saí dali com a receita, mas não botei fé no médico.

Queria confirmar com o meu urologista se eu podia simplesmente trocar o medicamento assim, na metade do caminho. Sei lá como funcionam esses antibióticos. Tenho medo. Fui até o outro hospital.

«O seu médico não está, senhora. Tem um outro doutor atendendo. Se quiser esperar esses dois pacientes serem atendidos, vejo se ele te encaixa para você fazer a pergunta».

E, quando eu disse que esperaria: «São 100 euros».

Oi?

«Sem autorização do convênio, tenho que cobrar como consulta particular».

Lágrimas.

«Calma, moça, não fica assim…».

Não era a grana. Era o perrengue.

Nervosa, doente, sedada, não tinha a menor condição psicológica de fazer o trâmite todo.

Voltei pra casa, tomei o novo remédio e fui dormir às 7h da noite.

Cansei. Quero meu país.

Antibiótico

18/02/2011

Não deu outra: infecção urinária.

Graças a Deus, nada nos rins, vesícula, bexiga. Tudo em ordem.

Falei dos pontinhos vemelhos que me assustaram ontem e, quando fui mostrar ao médico, para minha surpresa, eles tinham quase desaparecido! Ele disse que não tinha nada a ver com a infecção, devia ser algum treco viral que dá em crianças. Oi? Estranho.

Falei do «distúrbio» intestinal, ele disse que devo ter exagerado no mirtilho. Pelo jeito, a cápsula diária é suficiente. Suco, geléia e vinagre podem ser o excesso que provocou a limpeza geral do meu organismo.

Quando me receitou o antibiótico, fez questão de mencionar que não estava me dando a substância à qual eu sou alérgica.

Pela frente, uma semana lutando contra a bactéria e contra meu estômago.

Epidemia

22/12/2010

Ok, a gripe não era brincadeira.

Dor de cabeça firme e forte há 2 dias sem parar.

Nariz escorrendo, corpo dolorido, tosse, irritabilidade.

Vieram resfriado, febre, TPM, Chico, todo mundo junto me desejar boas festas.

Pela primeira vez no ano, tive medo de ser algo mais sério que gripe e usei o convênio.

Em pouco tempo chegava aqui um médico.

Examinou, perguntou, observou, concluiu:

Estamos com uma epidemia aqui na Espanha. Não é só gripe, é um vírus mais forte e por isso vou te dar antibiótico. Em uns três dias você deve estar melhor.

Lá fui eu me dopar e deitar.

Como eu me sinto inútil quando fico doente.

É um peso ficar «em repouso».

Não sei o que é isso.

Comé qui fáiz, doutô?

Sinto que estou perdendo tempo, sinto culpa, sinto mais dor de cabeça ainda.