novo blog, chegar e partir, viagens de cíntia santana

Barcelona foi onde tudo começou: borboletas no estômago pelo prazer de viajar.

Quando voltei para o Brasil (e para a rotina «trânsito-trabalho-trânsito-casa», fiquei um pouco sem assunto, confesso.

Depois de algum ensaio e certa preparação psicológica, eis meu novo blog: Chegar e Partir.

A temática será a minha paixão: respirar outros ares, conhecer culturas diferentes, dividir experiências.

Estréio com uma viagem para o Peru! Expectativas mil.

Obrigada por acompanhar minhas desventuras e seja sempre bem-vindo(a)!

 

Adiós, Barcelona

30/04/2011

Ana Paula e Déia, amigas mais que amigas,  fizeram essa surpresa para nós:

Nada melhor resumiria «Cíntia em Barcelona» :´)

Mais que um ano, uma experiência de vida.

Mais que tempo, intensidade.

Mais que aprendizado, crescimento.

Mais que amizades, vínculos.

Mais que lembranças, presenças.

E a certeza de que o sobrepeso das malas é muito menor que o do coração.

Por tudo isso, Deus, obrigada.

Dia de dar tchau à cidade que estará sempre no nosso coração.

O roteiro não poderia ter sido mais perfeito…

Passeio no teleférico do Montjuïc, chegando ao Castelo, com o mar ao longe.

Pôr do sol com uma vista fantástica láááá do alto.

Clara gelada para relaxar.

Kit-kat de despedida.

Caminhada pelos jardins do Castelo, em plena primavera.

Noite de nachos, margueritas e brownies com sorvete no Hard Rock Café.

Como bem descreveu o Igor: o melhor primeiro dia do resto das nossas vidas.

Maletas sin fin

28/04/2011

– Não cabe, de jeito nenhum. Vamos ter que deixar coisas…

– Ah, Cí, vamos lá no chino e compramos uma mala extra.

– Tá.

(tentativa)

– É, não cabe mesmo assim. Vamos ter que deixar coisas…

– Ah, Cí, vamos lá no chino e compramos uma mala extra.

– Tá.

(tentativa)

E por aí seguimos..

Detalhe: sogra e primo já levaram uma mala de 32 kg cada um, mais o sax do Igor!

Parecia impossível, mas conseguimos colocar nossos quase 200 quilos de coisas em 6 malas grandes, 2 malas pequenas e 2 bolsas.

O problema não era espaço, era peso permitido nas malas extras…

Epopéia.

A verdade é que quero levar Barcelona para São Paulo.

E acho que, infelizmente, não vai ser possível.

Pelo menos, não como eu gostaria…

Passamos o dia tentando colocar tudo dentro das malas.

Preocupação, angústia, ansiedade.

E ainda tínhamos o «problema» do teclado que eu precisava vender…

Oramos, pedindo ajuda a Deus.

De repente, um SMS inesperado:

Cíntia, se você ainda não conseguiu vender o teclado, pode levá-lo até a loja onde comprou e eles vão te dar o valor que você está pedindo.

Era um SMS do Ramón, o moço da igreja representante da Casio que me ajudou a comprar o teclado com um super desconto, e agora me dava esse presente indescritível.

Foi sobrenatural a própria loja comprar o instrumento. Sim, estava novo. Mas nunca ouvi falar disso!

É MUITO bom ter um Deus tão próximo, tão amoroso, tão Pai.

Se você nunca experimentou esse relacionamento de uma forma assim, próxima e real, convide Jesus para fazer parte do seu  dia-a-dia.

Converse com Ele.

Divida o peso que está nas suas costas…

Ele dá sentido a tudo.

E paz, que excede todo o entendimento.

XD

Los primeros 30kg

26/04/2011

Descobrimos (SÓ HOJE) o lugar que serve a MELHOR PAELLA DE BARCELONA!

À beira mar, na praia de Barceloneta.

Atendimento incrível, prato suuuuper bem servido, frutos do mar frescos e saborosíssimos.

De verdade, soltei uma lagriminha de ter descoberto tão tarde.

Fica a dica: Salamanca.

Decidimos mandar uma caixa pelo Correio, por achar que as malas extras não dariam conta dos livros e casacos pesadíssimos que acumulamos sem perceber.

E foi-se, já, uma parte de nós, de navio.

Acertamos as contas com o dono do (nosso!?!) apartamento e entregamos as chaves, com muito ciúme de quem vem ocupar nosso lugar – mas também com o desejo e a oração de que sejam tão felizes aqui como nós temos sido.

Contagem regressiva.

Já é.

Despedida ADN

25/04/2011

ADN significa DNA, em espanhol, e é como chamam as células da igreja.

Células são o caminho mais bacana que vi até hoje para o crescimento de uma igreja.

Reunir-se em grupos pequenos permite que você tenha tempo para se relacionar com gente que também está buscando a Deus, gera intimidade, confiança, amizade.

E mais que isso, vimos hoje. Cria vínculos eternos.

O ADN de jovens nos sequestrou hoje para uma despedida só deles.

À beira da praia, passamos uma tarde muito gostosa, rindo num quiosque e caminhando por ali.

Ganhamos um cartão liiiindo assinado por todos, e presentes!

Parêntesis:

Existe a piada interna de que não poderíamos ir embora da Cataluña sem levar um «catalanzito».

Até aqui a torcida para a chegada de um herdeiro é forte.

É pouca a pressão… rs.

E já que aparentemente não providenciamos o pedido da galera, resolveram nos dar dois catalanzitos para lembrarmos deles (e da «encomenda»).

Ganhamos Mickey e Minnie de pelúcia!!! Coisas fofas.

Na despedida, abraços dolorosos, choro, e a certeza de que nos veremos novamente.

Se não aqui, no céu.

Familia inolvidable

24/04/2011

Celebramos em plena Páscoa nosso último domingo na igreja Alianza.

Emoção a cada abraço, lágrimas a cada «muchas gracias por vuestro servicio», suspiros agradecidos a Deus por cada «nos habéis bendecido muchísimo ese año, os deseamos lo mejor en todo», nó na garganta a cada «no os vayáis!»

E foram incontáveis as emoções, as lágrimas, os suspiros e os nós na garganta.

Oraram por nós, pelo nosso retorno, pela família, pela igreja, pelo futuro…

Um dos tiozinhos mais fofos veio ler para nós esse versículo (Hebreus 6:10):

Porque Deus não é injusto, para se esquecer da vossa obra, e do amor que para com o seu nome mostrastes, porquanto servistes aos santos, e ainda os servis.

Chorei, lógico.

Família que sempre estará no nosso coração, essa.

Saint Jordi

23/04/2011

Acabamos dormindo na casa da Pao ontem, já que às 6h da manhã não tivemos coragem de pegar o trem de volta para casa… rs.

De «manhã» fizemos pão de queijo e comemos quentim.

Era Dia de Saint Jordi, e é tradição as mulheres ganharem flores e os homens livros.

Pensando bem, um pouco machista essa história. As mulheres não poderiam ganhar livros também?

Enfim, faz parte da tradição

Caminhamos pela Rambla no meio da multidão, curtindo os últimos dias de Barcelona.

E resolvemos não comprar nem flor nem livro, porque não conseguiríamos levar embora.

À noite, último ensaio com galera da igreja. Melhor não lembrar que é o último…

Segura a onda, coração.

Que difícil falar tchau para esse casal colombiano tão especial.

Pao é minha amigona do master e Fede é seu marido, médico e guapo (com todo o respeito, Pao).

Passamos um tempo muuuuito divertido na casa deles, com direito a videokê e videogame.

Isso sem falar no raclette ma-ra-vi-lho-so que eles prepararam. Hummmmmm…

Sem dúvida, conhecer pessoas queridas foi o maior presente que Barcelona nos deu.

Pao, como bien has dicho, hasta pronto! :´)


Flashmob

21/04/2011

Páscoa não deveria ser sinônimo de chocolate, para o bem físico e espiritual do mundo.

Nessa data celebramos a ressurreição de Jesus, nosso Salvador!

Ele venceu a morte para dar vida (eterna!) a mim e a você.

Páscoa é dia de festa, then.

Aqui em Barcelona rolou uma iniciativa bacana de algumas igrejas evangélicas que se uniram para lembrar a cidade de que hoje é dia de comemorar: fizemos um flashmob.

O termo é a versão fresca de uma ação-relâmpago e inesperada para gerar impacto.

Durante semanas, ensaiamos (em casa e em grupos) a coreografia.

E hoje, reunidas as mais de 250 pessoas, dançamos nas principais praças da cidade.

O povo olhava com cara de ué, alguns tentavam entrar na dança, outros apenas observavam.

A ideia era mostrar que somos um povo livre, graças ao sacrifício de Jesus naquela cruz.

O vídeo só será publicado dia 15 de maio, porque a ação foi feita em vários países e vão subir tudo junto.

Até lá, ficam as fotos e a lembrança de uma experiência especial…

Convidei a galera do C29 para jantar lá em casa e depois assistir ao jogo juntos.
Barça X Real Madrid, final de algum campeonato europeu importante.
Eu, «fanática» por futebol, não tenho até agora ideia de por quê o jogo era tão especial.
O fato é que o bando de amigos que convidei era, de verdade, obcecado pelo Barça, assim como todo bom catalão.
Ousada, resolvi inventar que torcia para o Real Madrid. «Desde pequena sou suuuuper fã», mentia sem pudor, diante de caras meio desconfiadas, meio horrorizadas.
Achei que seria muito divertida a brincadeira de, depois da vitória do Barça, dizer que era mentira, que eu queria mais é que eles fossem felizes com os milhares de gols do Messi.
Mas, durante o jogo, percebi que eles levam isso bem a sério. Torcem de verdade.
Seria intragável uma possível derrota.
E o Barça, só para acabar com a noite, começou a jogar mediocremente.
Fiquei tensa. Agora não fazia sentido desmentir nada.
Comecei a torcer loucamente pelo Barça, lá no meu íntimo.
O que ia acontecer se o time deles perdesse, como eu zuei que perderia? Nossa amizade se transformaria em algo horrível: Cíntia, o amuleto da derrota.
Acontece, minha gente, que o Real Madrid ganhou na prorrogação.
Ainda tentei dizer que era brincadeira: «o Igor tem até a camisa do Barça!».
5 minutos depois, estávamos sozinhos.
Talvez voltemos a conversar. Mas só depois de alguma goleada que humilhe o Real Madrid como ele, mais que nunca, merece.
De volta à saga «alergias e barbaridades», fui outra vez ao médico fazer exames.
Desta vez, passei o dia sendo dopada com antibióticos para descobrir um que seja alternativo aos que me dão alergia.
Foram 4 horas de ansiedade sentada numa cadeira de consultório enquanto a vida acontecia lá fora e meus últimos dias de Barcelona iam se esvaindo.
À noite, despedida com Jorge e Mily, pastor e esposa, num bar de tapas.
Bom demais ter conhecido esse casal tão especial e importante para nós…
Um privilégio, na verdade.

Familiar…

18/04/2011

Café da manhã com os remanescentes de ontem, que perderam o último trem e dormiram por aqui.

Engraçado como nos sentimos experientes perto de um potencial casal de 20 aninhos que começa a se querer, apesar de negar tal fato até o fim.

Familiar…

Nunca vi um lugar tão muvucado quanto nosso apê este domingo.

Lotou. Ou melhor, superlotou.

Fui convidando as pessoas queridas da igreja (as mais próximas!) e quando me dei conta, vi que estavam reunidas quase 30 pessoas numa sala, acomodadas por todo e qualquer local sentável: chão, criado-mudo, mesa, rack da TV, janela (!!!).

Não sabia se ria ou chorava. De alegria.

De um jeito ou de outro o povo se acomodou, comeu, conversou, deu risada…

Em algum momento nos surpreenderam com um presente: um enfeite do lagarto do Gaudi que está no Parque Guell. Ícone da cidade, o parque nos traz lembranças lindas deste ano inesquecível. Também ganhamos um cartão fofo, com recadinhos de cada amigo. Muito fofos. Chorei.

A tarde rendeu e virou noite.

Num grupo mais pequeno, passamos horas rindo e conversando. De banalidades a polêmicas.

Bom demais estar em família.