Dolce Gusto

31/01/2011

Finalmente descansados das últimas maratonas, próxima prioridade: rebajas.

Fomos ao centro comercial La Maquinista.

Uma das lojas estava com promoção absurda (isenção de IVA); aproveitei e comprei um presente que sempre quis dar para o I: uma cafeteira Dolce Gusto. Preferimos essa à Nespresso porque também faz chocolate quente. Hihihi. Quem saiu bem na história não foi só ele.

 

Absolutamente nada

30/01/2011

Cansaço acumulado.

Passamos o resto do dia fazendo absolutamente nada.

Não lembrava como era gostoso.

 

Eeeeeva

29/01/2011

Fomos buscar no conserto a Eva (meu mac querido, batizado em homenagem à personagem mais linda da animação Wall-e).

A tela tinha pifado, do nada.

Prejuízo de ano novo.

Repare no olhar dela, um pouco tímido, um tanto amistoso.

Perceba a risadinha dele, brincalhona e totalmente do bem.

São meus progenitores, os pais que eu tanto amo.

Nesse dia aí, em especial, estavam orgulhosos de ver a filhota casando.

E hoje, completam eles 44 (ou 43? ou 45?) anos de casamento.

E eu não pude o abraço… Suspiro.

Pelo menos pude falar por Skype um pouquinho, dizer quanto os amo, quanto me ensinam, quanto me inspiram…

Peço a Deus que sejam sempre felizes.

Eternamente.

E quando imagino que loucura tem limite… fomos esquiar.

Não pensamos duas vezes diante do convite de última hora da nossa amiga.

Sim, depois de uma maratona de mais de um mês viajando e dormindo pouco, lá estávamos nós, encapotados até a alma, dentro de um carro alugado, rumo aos Pirineus.

Ah, com o detalhe da infecção de urina, que permanecia incomodando.

Mas esquiar era prioridade, né? Médico eu visito qualquer dia. Pirineus não.

Quase 3h de estrada (com neve no caminho!) e chegamos na estação.

Contratamos 2h de aula com um instrutor. Dos cinco, só a Raquel sabia esquiar.

Na primeira hora, tínhamos aprendido a colocar o esqui, basicamente. Rs… Brincadeira, vai. Já estávamos fazendo pequenas descidinhas e tentando frear. Digo «tentando», porque nem sempre dava certo.

Quando percebi que a lógica era parecida com a do patins, ganhei confiança.

E esse foi meu erro: achar que já tinha aprendido.

Ainda nas lições de «como frear», peguei mais impulso do que devia.

Fui parar na grade, com tudo. Esqui de um lado, perna do outro, corpo retorcido no meio.

Graças a Deus, nada grave. Mas o joelho deu sinal na hora: pára, ou te deixo na mão.

E foi assim que, depois de apenas 1h «esquiando», virei a fotógrafa do grupo.

Durante o resto do dia, fiquei fazendo a cobertura fotográfica dos tombos da galera.

Igor, ator principal, ganhou o Oscar quando abraçou uma árvore.

Dia exaustivo, mas inesquecível.

La despedida

26/01/2011

3 malas gigantes, 3 malas médias, 3 malas pequenas, 3 casacos na mão.

2 táxis lotados, 5 pessoas atrapalhadas.

Família Alexandroff se despedia de Barcelona.

No aeroporto, um sufoco para fazer com que as malas despachadas ficassem com «só» 32 quilos e, as de mão, com 8 cada. Foi um tal de: tira coisa pesada das grandes, troca coisa volumosa de lugar, coloca laptop do Igor dentro da bolsa da Érica e finge que está leve…

Uma hora depois, com suor e lágrimas, tínhamos feito caber tudo direitinho.

Fomos pegar o $ do tax-free e quase não deu tempo de falar tchau.

O tempo voou. Estavam atrasados.

Entre abraços apertados e choros engolidos nos despedimos.

Ficamos ali olhando o embarque, Igor e eu, sem falar nada.

Depois soubemos que ambos estávamos pensando o mesmo, preocupados, como se fôssemos nós os pais: «será que vão achar o portão certo?», «e na conexão?», «e se ficarem perdidos lá em Portugal, meu Deus?», «o que vão fazer se perderem o vôo?». Inversão de papéis?

Igor foi quem nos despertou do delírio:

«São crescidinhos, Cí. Vão se virar».

Suspiramos e fomos embora para casa. Silenciosa, outra vez…

Passamos o dia tentando colocar Barcelona dentro de 6 malas.

Graças aos amados sogrinhos, conseguiremos mandar de volta pra casa mais de 60 quilos de coisas importantes: casacos, sapatos, edredom, roupas de verão, roupas novas para trabalhar, bolsas, patins, computador antigo do I.

Digamos que essas viagens que fizemos me ajudaram a desenvolver uma arte: a de multiplicar o espaço útil de malas.

Todos se empenharam e conseguimos encaixar tudo bonitinho.

Show de bola.

Fomos logo cedo ao Vaticano. Desta vez, para ver a Basílica de São Pedro.

«São 500 e poucos degraus para chegar ao topo. Se quiserem um atalho, podem pagar e ir de elevador até o 200 e trá-lá-lá».

Faltou apenas a informação: «… e subir os 300 e muitos a pé, inicialmente numa escada eterna em caracol, que se transforma depois em um corredor minúsculo e claustrofóbico, que vai ficando inclinado e estreito a medida que chegarem mais perto do topo».

Ignorantes desse detalhe, fomos. Mas não sem emoção.

Eu estava com a câmera fotográfica (nova, importante, valiosa) no pescoço. Com o meu casaco (gordo e comprido) no braço. E com a bolsa (grande e pesadinha) da Marlene a tiracolo.

Acontece que eu tropecei no casaco.

A bolsa estava encaixada no ombro.

E descobri, no meu ato-reflexo suicida, que a máquina era mais importante que meus joelhos.

Eles, então, tiveram que aguentar o tranco sozinhos, sem o apoio das minhas mãos – que protegiam a câmera, lógico.

Doeu e não foi pouco.

E eu estava na frente; um bando de gente lá embaixo querendo passar.

Levantei e subi bravamente (pegou?) os vários degraus que faltavam para respirar.

Parêntesis para menção honrosa: guerreiros, esses meus sogros. Caminhamos uma média de 2 a 3 km por dia, e eles foram que foram. E ainda subiram os milhares de degraus da Basílica sem pedir (muita) água e – o mais importante – sem cair. Impressionante! o.O

A vista de lá de cima compensa o esforço (mas não o tombo). É bonita.

Por dentro é também incrível. Mas concordo com o comentário da Marlene: dá tristeza ver as pessoas idolatrando mais aos santos que a Deus… Pedro era uma pessoa tão simples, um cara de origem humilde, pescador, que se deixou usar por Jesus para «pescar homens». Ele mesmo talvez não concordaria em ter um altar tão majestoso em seu nome. Toda a glória e honra deveria ser dada ao Doador de todos os dons. Pedro é exemplo para nós, sem dúvida. Mas não mais que Jesus…

Dali fomos correndo almoçar e pegar o táxi para o aeroporto.

O italiano motorista veio falando conosco em inglês, espanhol e italiano. Fiquei feliz de entender bem os três, apesar de não lembrar quase nada de italiano. Vontadinha de estudar de novo. Ou melhor, de morar aqui um tempo. Hihihi.

No aeroporto, percebi que tinha perdido minha boina na Basílica.

Sim, a boina branca que aparece em tudo quanto é foto nesse blog desde Bruxelas, onde a comprei. A boina que me acompanhou em tantos lugares inesquecíveis. Que era quentinha e charmosa. A mais fofa que eu já vi na vida.

Não sou (ou pensei que não era) tão apegada a coisas materiais. Mas me chateei.

Eu gostava demais da minha boina branca.

Agora… quer saber o mais interessante da história?

Chegando em Barcelona, no aeroporto, vejo à minha frente uma garota COM A MINHA BOINA BRANCA. A reação foi impulsiva e imediata:

– Escuta, essa boina é sua?

– (cara de stopada) Er… é. Eu comprei hoje em Roma.

– É que eu perdi uma idêntica hoje em Roma, por isso te perguntei.

– Não, eu comprei lá. Inclusive tem outra preta e branca na mala.

E saiu andando, diante da minha cara de «unbelievable».

Quase explodi de raiva. Tenho certeza de que era a minha, porque até suja no mesmo lugar ela estava. E tinha um fiozinho solto que a Bel me irritava para cortar e eu ainda não tinha cortado. ERA MINHA!

Acho que fui tão agressiva na hora de perguntar, que a mina se assustou e negou que tinha achado.

Por que as pessoas não reagem como a gente reagiria?!? Se fosse eu, devolveria na boa.

Mas não. Ela foi rápida o suficiente para mentir na minha cara.

E eu a deixei ir embora, sem saber como reagir.

Fiquei pensando: por que Deus permite que aconteçam umas coisas assim?

Eu me vi uma Cíntia ridícula, completamente irracional, apegada a um objeto.

Me doeu perder a boina. Ela meio que representava muitas coisas para mim.

Talvez eu nunca entenda direito o que aconteceu. Se eu só tivesse perdido, já ia ficar triste.

Mas não, eu tive que ver uma garota esfregando na minha cara o objeto que eu amava.

Igualzinho aconteceu quando a faxineira lá de casa roubou todas as minhas Barbies para levar para a filha dela – coisa que também sempre me doeu, mas nunca entendi direito. Eu já era grandinha, não brincava mais de boneca. Mas era algo muito especial e muito recente relacionado à minha infância, da qual eu mal tinha saído.

Deus usa as pequenas coisas para chamar nossa atenção para Ele.

Percebi que comecei o ano distante, valorizando muito mais as viagens e experiências que tenho tido do que o meu relacionamento com o Deus que me permitiu viver tudo isso.

Alô? Lembra de mim? Por que você está se preocupando mais com coisas passageiras que com coisas eternas?

Toma essa, Cíntia.

Boina vira pó. Alma é eterna.

Acordei menos pior. Bora caminhar.

Fomos de novo até a Fontana de Trevi, que estava ao lado do hotel. Dizem que quem bebe daquela água certamente voltará a Roma. Bebi. E peguei uma garrafinha, por si acaso.

Andamos até a Piazza Spagna, de onde tínhamos uma vista linda da cidade.

Dali fomos até as Igrejas Gêmeas, quando começou a chuviscar.

Bem no momento da fome, Igor avistou uma cantina com toalha xadrez vermelha e tudo.

Tinha polenta caseira. Nem acreditei que iria comer meu prato favorito!

Frustrante.

Italianos, que me desculpeis, mas vossa polenta não chega aos pés da que minha mãe faz. E nem da que minha avó fazia. Nem da que a D. Alda faz. E nem da que eu mesma provavelmente um dia farei.

Passamos de loja em loja pelas ruas comerciais, e voltamos para o hotel.

Piquenique no quarto com vinho, queijos, presuntos e salames maravilhosos.

À noite, Campeonato Mundial de Buraco: Alex e Cíntia versus Marlene e Igor.

Estratégia? Sorte? Visão? Cagada?

Nada explica a vitória esmagadora da dupla adversária.

A vingança estaria por vir.

Chuva, infecção insistente, mal estar, frio.

Vontade de aproveitar, de conhecer, de ver, de sentir.

Contraste angustiante. Água, água, água.

Fomos ao Foro Romano (ruínas debaixo de chuva).

Depois, Museu do Vaticano e Capela Sistina.

Impossível imaginar como Michelangelo pintou um teto gigantesco com tanto detalhe.

De botar respeito.

Na volta, já à noite, Código da Vinci e Anjos e Demônios total: praças e fontes iluminadas, clima chuvoso, sombras misteriosas. Dá pra ver que Dan Brown teve bastantes elementos para pirar nos seus best sellers.

Amanheci ruim de novo. Água, água, água, água, água.

Melhorei um pouquinho, e bora conhecer: Praça de Veneza, Palácio da Justiça, Coliseu. Como é grandioso, e como é no meio da cidade! Impressionante.

Passamos um susto lá em cima: furtaram a minha sogra e ainda tiveram a generosidade de devolver a carteira, deixando cair no chão no meio de uma muvuca de gente. Profissionais, os caras. Lamentável. Menos mal que foi «só» dinheiro.

Almoçamos pizza – estávamos decidido que seria uma por dia, no mínimo.

Caminhamos parando nos pontos estratégicos: Mc Donalds e outros banheiros públicos.

À noite, Fontana de Trevi.

É linda mesmo. É enorme mesmo. É mágica mesmo.

Perrengue caprichado na ida à Roma: madrugada, cansaço, sono, trem, avião, chegada, gente mal educada dando informação, stress, trem, chuva, negociação de preço de guarda-chuva com ambulantes, caminhada, tranvia, vontade desesperadora de ir ao banheiro, chuva, ponto final, muita chuva, entrada no primeiro restaurante que vi na frente para fazer xixi, caminhada, chuva, choro, hotel.

Todos chegaram cansados, mas eu cheguei podre. Infecção de urina.

Eu sem remédio (o último que tomei no Brasil deu alergia, início de edema de glote e urticária).

Tensão total. Comecei a tomar litros de água. Deitei.

Ficamos uns minutos ali descansando, até  eu tomar coragem para irmos almoçar.

Fui pseudo-melhorando; a água ajudou.

Achamos um restaurante ao lado do hotel, em frente ao Pantheón.

Massa deliciosa para nós, que soubemos escolher bem. Igor foi ousado e aprendeu que qualquer molho «a la arrabiata» é – de verdade – apimentado. De botar respeito. O pobre não conseguiu comer nem 1/3 do prato.

Andamos um bocado conhecendo a cidade.

À noite, pizza na Baffetto, restaurante super tradicional de um tio bigodudo.

Uma pizza por pessoa? Hein? Isso mesmo, pessoal.

Estranhamos, mas encaramos. E não teve ninguém arregando, não.

Até a Érica mandou ver a pizzona dela inteirinha!

Massa fina, recheio leve, hum…. Adorei.

Casa Batlló

19/01/2011

Aguardávamos a chegada dos pais do I para ir conhecer essa obra encantadora de Gaudí.

A Casa Battló foi construída em 1875, encomendada ao artista por um industrial da época.

O lugar transpira modernidade, inovação, inspiração.

Vale demais a pena.

Dali fui ao Cabeleireiro. Tava precisando tingir e cortar.

Impressionante como cabelo curto perde o corte rápido!

E eu que pensava que seria muito mais prático. Depende… rs.

À noite, todos arrumando malas outra vez.

Amanhã, Roma!

Olá! Este é mais um capítulo da novela Burocracias e Barbaridades.

Aguarde só mais um momento, em poucos instantes você será atendido.

Sua opinião é muito importante para nós.

Passamos os últimos dias compilando os documentos necessários para fazer a renovação do nosso documento de residente temporal aqui. Vou poupá-los dos perrengues e dizer apenas que, depois de um longo percurso, hoje era a data que milagrosamente conseguimos marcar para a entrega dos documentos.

Lá estávamos nós, entre dezenas de estrangeiros, suplicando (e pagando) por mais quatro meses de permissão para estar em terras européias.

Eles não podiam logo de uma vez ter autorizado 1 ano e 4 meses?

Não. Eles precisam dificultar a nossa vida.

Sorrimos para a funcionária e aparentemente deu certo.

Ela recolheu a papelada, que será submetida agora à análise.

Seremos informados dos resultados pelo Correio.

Preguiça dessas coisas burocráticas.

O que me consola é que encontrei em promoção a calça azul de veludo liiiiinda da Zara que eu namoro há tempos. 12 euros.

E algo me diz que quando eu voltar ao Brasil, vou virar uma mão de vaca.

Comida caseira carinhosamente preparada pela Marlene.

A felicidade está nas pequenas coisas (que não valorizamos quando fazem parte da rotina).