Convidamos uma dúzia de amigos para comer feijoada.

Típica correria que vale a pena fazer.

Peguei a receita da D. Zê e mandamos ver.

Bel e eu na cozinha, Igor nos bastidores arrumando a casa.

Temperamos tudo com todo o amor, alho, loro, bacon e cebola que pudemos.

Se ficou bom? ÓBVIO!

(A modéstia, vocês já sabem, eu perdi faz tempo).

«É a melhor que eu já comi na vida!» – comentário do Sisquim (apelido do Francesc, marido da Ana, dedutivelmente mineira).

Para ajudar no clima bacana, o Tiago, fanático por vinis, colocou para funcionar a vitrola véia que o tio deixou no apartamento e pensávamos que estava quebrada. Ouvimos raridades animais da coleção que estava aqui empoeirando.

Foram boas horas de música boa, risada e comilança com a galera.

Finanzas

30/10/2010

Aula fenomenal sobre finanças no Master.

Viajamos com o dinheiro no tempo para fazer previsões e comparativos de rentabilidade.

Nunca pensei que diria isso, mas curti o tema.

Acho que é porque entendi muito bem a lógica da coisa.

Gosto de coisas lógicas, aliás (genes do Gibinha se manifestando).

Tudo bem no Canzión, também.

Cada dia descubro algo diferente na minha voz, e percebo como ela muda de acordo com meu nível de cansaço, alegria, empolgação, concentração, auto-estima. É até engraçado. E o bacana é aprender a usá-la de acordo com esses diferentes cenários, usando técnica vocal. Adoro. Aprendo muito.

No teclado, a constante e eterna constatação de que preciso estudar mais.

Depois do ensaio, fomos jantar na casa do Jonatan, guitarrista/baixista/pianista do grupo.

Super empolgado, preparou pizzas para nós (absudamente boas, vale a pena registrar).

Na saída, cobrou 3 euros por pessoa. Hein? Pois é. Super normal por aqui.

O que não sabíamos é que, no meio do longo trajeto de 1h de metrô para chegar lá, teríamos que descer do vagão porque a polícia estava perseguindo três grafiteiros que pichavam os túneis. Ê, lerê. Tudo igual.

Fomos madrugada adentro dando boas risadas e, graças ao bom Deus, ganhamos uma hora de sono com o fim do horário de verão.

Agora são apenas 3h de diferença do Brasil, como era quando cheguei aqui.

O tempo tá voando, rapá.

Salambó

29/10/2010

Correria burocrática: fomos dar entrada no documento de residente do Igor.

Fila com, no mínimo, 250 na nossa frente. De chorar.

Mesmo com visto no passaporte e todos os documentos do mundo em mãos, não nos deixaram dar entrada nos papéis sem apresentar o comprovante de casamento (que, OBVIAMENTE, estava em casa). Auto-ódio de não ter levado por precaução.

Depois da aula, fui jantar com I no bairro de Gracia, tipo Vila Madalena.

O restaurante, românti-cool, chamava Salambó.

Gostei do nome. Mas não para um restaurante.

Eu usaria o termo para descrever, por exemplo, a confusão burocrática que os cidadãos deste mundo precisam enfrentar para conseguir um simples documento.

Já foi um salambó conseguir o visto.

Mais essa, agora?

Próximo capítulo da novela na semana que vem.

Há algum tempo tínhamos comprado ingressos para um show bacana hoje no Palau de la Música Catalana, tipo a Sala São Paulo daqui. Esse lugar está na lista dos lugares obrigatórios para conhecer em Barcelona. Lindo por fora e por dentro.

Imprevisto de trabalho. Igor out. Cíntia triste.

Fui com a Bel e a Jana, e valeu a pena.

Os shows foram óóóótimos: primeiro o Jorge Drexler, cantor uruguaio que ganhou o Oscar com a trilha sonora do filme «Diários de Motocicleta»; o segundo, Delafé y las Flores Azules, uma banda de Barcelona que mistura música eletrônica com funk e soul.

Amei as letras do Drexler. Não conhecia quase nada e virei fã.

Admiro quem canta poesia:

Mi guitarra y vos

Jorge Drexler

Que viva la ciencia,
Que viva la poesia!
Que viva siento mi lengua
Cuando tu lengua está sobre la lengua mía!
El agua esta en el barro,
El barro en el ladrillo,
El ladrillo está en la pared
Y en la pared tu fotografia.

Es cierto que no hay arte sin emoción,
Y que no hay precisión sin artesania.
Como tampoco hay guitarras sin tecnología.
Tecnología del nylon para las primas,
Tecnología del metal para el clavijero.
La prensa, la gubia y el barniz:
Las herramientas de un carpintero.

El cantautor y su computadora,
El pastor y su afeitadora,
El despertador que ya está anunciando la aurora,
Y en el telescopio se demora la última estrella.
La maquina la hace el hombre…
Y es lo que el hombre hace con ella.

El arado, la rueda, el molino,
La mesa en que apoyo el vaso de vino,
Las curvas de la montaña rusa,
La semicorchea y hasta la semifusa,
El té, los ordenadores y los espejos,
Los lentes para ver de cerca y de lejos,
La cucha del perro, la mantequilla,
La yerba, el mate y la bombilla.

Estás conmigo,
Estamos cantando a la sombra de nuestra parra.
Una canción que dice que uno sólo conserva lo que no amarra.
Y sin tenerte, te tengo a vos y tengo a mi guitarra.

Hay tantas cosas
Yo sólo preciso dos:
Mi guitarra y vos
Mi guitarra y vos.

Hay cines,
Hay trenes,
Hay cacerolas,
Hay fórmulas hasta para describir la espiral de una caracola,
Hay más: hay tráfico,
Créditos,
Cláusulas,
Salas vip,
Hay cápsulas hipnóticas y tomografias computarizadas,
Hay condiciones para la constitución de una sociedad limitada,
Hay biberones y hay obúses,
Hay tabúes,
Hay besos,
Hay hambre y hay sobrepeso,
Hay curas de sueño y tisanas,
Hay drogas de diseño y perros adictos a las drogas en las aduanas.

Hay manos capaces de fabricar herramientas
Con las que se hacen máquinas para hacer ordenadores
Que a su vez diseñan máquinas que hacen herramientas
Para que las use la mano.

Hay escritas infinitas palabras:
Zen, gol, bang, rap, Dios, fin…

Hay tantas cosas
Yo sólo preciso dos:
Mi guitarra y vos
Mi guitarra y vos.

Rojo

27/10/2010

Cortei o dedo picando tomate.

Suficiente gota d’água para transbordar o mau humor.

Culpa do hormônios (que eu queria muito, do fundo do coração, controlar, e não posso).

Sabe o dia em que você está mais insuportável do que nunca?

Chata, plana, sem graça, sem paciência.

Hoje foi bem assim.

Fugi de casa e fui andar de bicicleta.

Parei num parque, no solzinho.

Levei o livro que estou lendo (emprestado do dono do apartamento sem ele saber).

«Los pilares de la tierra«, novela de 1358 páginas sobre a construção de catedrais.

Comi chocolate suficiente para melhorar um pouco o humor. Precisava voltar à vida social.

(Repare no sorrisinho nhé, tentando me auto-convencer de que eu já estava bem).

Foi quando começou a cólica.

Vim pra casa e cá estou com a bolsa de água quente.

#augedatpm #festadohormônio #ninguemmerece

El tiempo pasa…

25/10/2010

Dia de não pensar muito…

Parti para o lerê-lerê: troca a roupa de cama, lava tudo na máquina, lava roupa «delicada» na mão, guarda a louça de ontem, pensa no almoço, cozinha, corta o dedo picando tomate, faz curativo, recolhe a roupa, dobra, guarda, varre e arruma o quarto, lava e seca o cabelo, liga pra companhia telefônica para resolver a vida, escreve e-mails pendentes, organiza o computador, faz trabalho do curso, copia um por um os números da agenda para o celular novo.

Acho que estou ansiosa…

Bel vai embora daqui a um mês, mais ou menos.

O que significa que eu também, não muito depois.

É…

O tempo voa, rapá.

O que vou fazer com esse blog depois?

Instrumentos

24/10/2010

Engraçado ver a reação da galera com a mudança de visual.

Em resumo: el cambio me ha calido super bien, estoy guapísima y muy moderna.

Não só na igreja, mas no geral, pensei que seria mais chocante, que geraria mais reações adversas, mas o pessoal até que está sendo educado. hahaha…

Os dois cultos foram muito bacanas.

O pessoal curte o Igor tocando sax. Dá um colorido todo especial para as músicas.

Também é legal ver como estamos como grupo: todos unidos, entregues, dispostos.

Assim não tem erro: a gente é instrumento, Deus nos usa.

1993?

23/10/2010

Sabadão de correria, as always.

Aula diferente, numa sala de informática.

Senti que voltava ao colégio, aprendendo a mexer no Paintbrush.

Tudo bem no Canzión. E no ensaio idem, graças a Deus.

Saímos depois com a galera para comer e dar risada.

Igor hablando pelos cotovelos. Se ele vai falar espanhol eu não sei, mas que nossos amigos estão aprendendo portunhol, sem dúvida. rsrs…

Bendito Business Game.

Passei a manhã fazendo contas para ver se valia mais a pena produzir na China ou nos EUA, calculando quanto deveria investir em tecnologia, analisando como atua a concorrência, vendo qual o valor das nossas ações para decidir se emitiríamos mais, acertando o fluxo de caixa entre as empresas da Ásia, Europa e América. #socorro #papodedoido

Para ajudar, a aula foi sobre Gestão de Projetos.

Sonharei com fluxos e organogramas.

Inspiración

21/10/2010

Baixou o espírito Ratatouille e fui cozinhar.

Tradicional frango com batatas: sobrecoxas assadas com batatas e cebolas.

Muitas batatas e muitas cebolas.

Tudo temperadíssimo com alho, salsinha, azeite e sal.

Digamos que ninguém reclamou…

:D

Progresiva

20/10/2010

A novela não acabou.

Ontem rolou corte e coloração.

Hoje era o dia da escova progressiva.

Passei a manhã respirando formol, para o bem da minha auto-estima.

Nada como secar o cabelo e ele sair lisinho, feliz e contente.

Cambio radical

19/10/2010

Minha voz continua a mesma, mas os meus cabelos…

Eu disse que este momento chegaria.

Apresento-vos a nova Cíntia!

:)


Dia inteiro concentrada em Business Game.

Minha equipe: um adm conservador, um empreendedor financeiro e duas marketeiras adeptas ao risco – ou seja: um grupo perfeitamente equilibrado e medíocre.

:/

Como uma das favoráveis à ousadia, principalmente quando o dinheiro não é real, passei o dia argumentando e tomei para mim a responsa de, no fim das contas, decidir a estratégia nessa jogada.

Fomos de primeiro lugar para último. Hahahahaha.

Mas ok, não estamos nem na metade do processo, e ficamos em último porque investi um monte de tecnologia.

Logo reverteremos o jogo, pode crer.

Grego? Sorry. Tô concentrada.

Fechamos o dia com um sanduba ultra-profissional feito pelo Igor.

Se rolasse um título para a habilidade dele em fazer lanches, e a graduação fosse proporcional ao tempo dedicado à investigação do tema, ele seguramente seria Ph.D.

Combinou presunto, maionese de alho e cebola caramelizada, tomate temperadinho, queijo feta, azeite, pimenta rosa e folhas de espinafre, numa baguete crocante.

De aplaudir em pé.

Fiesta!

17/10/2010

Momentos especiais hoje na igreja.

O povo de lá tem um carinho tão grande por nós… Várias tiazinhas nos enchem de abraços e agradecimentos pelo nosso serviço. Dizemos que é um privilégio para nós estar ali e servir a Deus com eles. Mesmo assim nos agradecem e dizem que não vão nos deixar ir embora. O pastor também se preocupa muito conosco, manda e-mails, pergunta como estamos. É tão gostoso se sentir querido, parte de um corpo.

Hoje, enquanto conduzia o momento de louvor, falei sobre os mineiros do Chile. Perguntei se as pessoas já tinham parado para pensar como é ficar tanto tempo no escuro. Convidei todos a imaginarem a sensação de ser resgatados, de respirar bem outra vez, de ver luz. E comparei esse fato  ao gesto de amor de Jesus, que fez exatamente o mesmo por mim e por você: nos tirou das trevas para Sua maravilhosa luz. Estávamos mortos em nossos pecados e, por meio do sacrifício de Jesus na cruz, podemos agora ter paz com Deus – a única e verdadeira fonte de luz. Foi bacana ver como essa comparação simples impactou as pessoas, e como se entregaram a louvar a Deus.

Chegamos em casa umas 14h e pouco, já correndo.

A Bel saiu até antes de acabar, preocupada com a produção dos docinhos.

Pensei: «se a Bel tá com pressa, significa que pode ser que estejamos atrasados».

De repente, chega o Igor na cozinha, super acelerado. Queria ajudar.

Pensei: «se o Igor tá com pressa, ferrou, estamos no mínimo um dia atrasados».

Linha de produção:

– 8 receitas de risóles (que é mais fácil de enrolar que coxinha).

– 4 tipos de docinho: bombom de brigadeiro, de leite condensado, caramelado e beijinho.

– 2 pudins de leite condensado.

– Casa arrumada, quartos camuflados e banheiro limpo.

Em tempo record, tudo pronto.

Bel e eu ainda enchemos bexigas de surpresa enquanto o Igor tomava banho.

Quando o pessoal chegou, parecia um verdadeiro milagre de Natal: velinhas pela casa, música rolando, champagne.

(Lembra daquela cena de «Esqueceram de Mim», quando os pais do Macaulay Culkin chegam em casa depois da incrível perseguição aos ladrões, e está tudo arrumadinho, em perfeita ordem? Pois agora isso me parece perfeitamente verossímil).

A festa foi ótima. Vieram uns 10 amigos nossos, e morremos de rir, comer e conversar.

Só mais tarde, quando todos foram embora levando marmitas de doces e salgados, é que nos demos conta de que a quantidade foi relativamente grande para o número de pessoas.

É… já temos outra festa pronta no congelador.