Digestión

30/06/2010

Jantar mexicano na casa da Isabel.

Tudo uma delícia: chili com carne, nachos, tortillas, guacamole e outros molhinhos…

Além da anfitriã, estávamos Jana, Arthur, Nico, Fernando, Roberta e eu.

E tudo corria bem até que alguém teve uma ideia:

– Vamos fingir que a comida nos fez mal?

Pronto. Encarnamos todos personagens dignos de novelas mexicanas e fomos – um a um – ao banheiro. Muitos minutos depois, um batia na porta, perguntava se o outro ia demorar, e lá ficava até que o próximo se manifestasse.

Teve quem voltou do banheiro suando, quem voltou cabisbaixo, quem voltou com a mão no estômago simulando revertério, quem voltou perguntando se tinha mais papel…

A pobre Isabel era a única que supostamente estava bem.

Bem preocupada e bem sem graça.

E a brincadeira durou aproximadamente 1 hora.

Todos firmes e fortes segurando o riso.

O auge foi quando uma amiga dela ligou e a conseguimos filmar relatando o fato, com detalhes, super constrangida. A amiga «por sorte» era enfermeira e nos receitou um remédio, disse que era normal ter piripaque com esse calor.

Quando contamos que era brincadeira, a gaúcha quase rolou de rir.

Tá tudo filmado. Em breve no Youtube.

Vai ser bem divertido morar com essa guria.

Kit-Brasil!

29/06/2010

– Entrega do Brasil para você, Cíntia.

– Oi?

Do Igor não podia ser, porque estão proibidas surpresas que me façam chorar.

Era da B2, agência brasileira que tem um blog de inovação para o qual eu escrevo.

Ganhei um kit-Brasil, com camiseta + camuflagem verde e amarela.

De novo: fácil me fazer feliz!

Agotamiento

28/06/2010

Graças a Deus, melhorei.

Já consigo respirar e pensar.

Fui para meu pretenso último dia de trabalho e quem disse que consegui tempo na agenda do chefe para o papo prometido? Vou ter que voltar lá outro dia. Mas não será amanhã. Tô doente. E cansei…

Angeles

27/06/2010

O culto foi especial. Consegui ministrar e cantar, e a garganta se comportou direitinho, à base de MUITA água, tylenol e anti-gripal.

Mas quando acabaram os dois cultos, minha voz tinha sumido.

A garganta estava fechada.

A cabeça rodava.

O corpo doía.

O nariz se descontrolava.

Terrível, péssimo, desesperador.

Sensação pós-atropelamento.

Dou graças a Deus pela Bel, que veio comigo para casa, me trouxe remédios, cuidou de mim, fez o almoço, ficou comigo à tarde, conferiu se eu estava com febre, me obrigou a dormir, lembrou do horário de tomar outra vez os comprimidos, enfim. Um anjo na minha vida. Minha irmã do coração.

À noite a Luiza também veio perguntar como eu estava, se ofereceu para me socorrer se necessário… Querida.

Deus, obrigada porque mesmo quando parecemos estar sozinhos, o Senhor envia anjos para nos rodearem e cuidarem de nós…

Fatal

26/06/2010

Combinação lógica de fatores:

– Ansiedade com relação à chegada do I;

– Tensão acumulada na decisão de sair do trabalho;

– Fim de semestre com mil trabalhos a entregar;

– Copa do Mundo em terra estranha;

– Semana corrida quase sem falar com família;

– Mudança radical de temperatura, que já ultrapassa os 30 graus;

– Ar condicionado em metrôs e trens.

GRIPE FATAL.

Meu nariz, líquido.

Minha garganta, lixa.

Mesmo assim tirei forças da alma e fui ter aula no Canzión.

E, em seguida, viajei 1 hora de trem para o churrasco de despedida de Jordi e Sara, líderes do grupo de louvor. Estão indo para a Autrália estudar música durante 1 ano na Hillsong. Fizemos um vídeo de homenagem, foi emocionante.

A igreja está muito sensibilizada também porque houve uma Assembléia e decidiu-se que o pastor atual não permaneceria mais no cargo. Metade da igreja o queria, metade não. Complicadíssimo. Então o grupo está super triste, ferido pela maneira como as coisas foram conduzidas e tal. Parece que já vi esse filme…

Como se a emoção já não fosse grande, amanhã é minha vez de ministrar a igreja. Pensa num clima difícil. O que eu vou falar? Da minha parte, não tenho nada, não posso fazer nada, consolar ninguém, voltar o tempo, nada disso. Mas creio que Deus quer usar minha «neutralidade» nessa história para lembrá-los da essência, que é nosso relacionamento com Ele.

Precisarei de forças.

E zero a zero é lá placar de jogo de Copa?

Claro que não, ora pois.

Fiquei injuriada.

Empatar com Portugal?

Não pode, minha gente. Pode não.

Nessa auto-foto estamos parecendo felizes mas, repare, é uma alegria disfarçada.

Já estávamos ali, verde-e-amarelando pelas ruas.

Tivemos, então, que fazer cara de «vai, Brasil» e bola pra frente.

Algumas coisas são imutáveis.

Ter um feriado, por exemplo, é sempre bom.

Dormir no solzinho quando o dia está quente, mas tem vento, também.

No meio da tarde, portanto, peguei um livro e fui procurar um lugar para lagartear.

(Aliás, tenho algo de lagarto. Amo ficar ali, horas e horas espichada no sol e, de repente, quando dá na telha, sair bruscamente para fazer minhas coisas. Bom conceito esse. Não lembro onde nem quando o ouvi pela primeira vez, mas adotei-o para a vida).

Aqui em frente tem um parque bem gostoso, e foi lá mesmo o lagarteio.

O livro: «Cem anos de solidão». Comecei em fevereiro, e até agora não cheguei no 8º ano.

Gabriel García Márquez, nada pessoal. Gosto muito do senhor. Aliás, te sou bastante grata. Seu livro me deu um soninho tão providencial hoje… Eu tava precisando descansar, sei que você me entende. Prometo entender tudinho sobre o José Arcadio. E sobre seu filho, José Arcadio. E sobre seu filho, José Arcadio. E sobre seu filho, José Arcadio.

Zzzzzzzzzzzzzzzzzz.

Fiesta de San Joan

23/06/2010

O dia tinha cara de fim de ano desde cedo.

Sol gostoso e forte, pessoas bem-humoradas pelas ruas, aromas de pão doce saindo das casas, supermercados cheios de gente lotando carrinhos de bebidas e aperitivos.

Fato: o Dia de São João aqui é como o Reveillon para nós.

Comemoram-se o solstício de verão e o fim do ano letivo.

Então convidei a Isabel para uma «ceia» aqui em casa. Fiz tomates recheados com queijo feta, aperitivos com boquerones ao azeite e ervas (peixes finos bem saborosos, parecidos com anchovas), pãezinhos com gergelim assados na hora, queijo, mortadela e cerejas.

Tô ficando boa nisso.

Depois, fomos ver qualéquiéra a da festa na praia.

Tudo absurdamente lotado, fogos muito mais assustadores que bonitos.

Gente, gente, gente.

Nenhuma musiquinha.

(Falta de visão, opino eu).

Outra vez vimos os tradicionais diabos (os mesmos do Carnaval) soltando fogos ao som de batucadas…

Meio assustador, meio bizarro.

Mas os fogos de artifício mesmo eram beeeeem fraquinhos.

Estavam mais pra velinhas de aniversário. Hahaha…

Ya viene el sol

22/06/2010

Esses dias todos estavam meio cinzas no trabalho.

Frustração por não estar «aproveitada» como poderia.

E quando fico frustrada, me desmotivo.

E quando me desmotivo, sofro.

E, até onde eu me lembro, não estou aqui para sofrer – como bem me lembraram meus pais, o I, meu irmão, meus amigos.

Hoje, então, resolvi acabar com essa minha auto-lamúria.

Joguei todas as cartas na mesa dos chefes, com todo respeito, mas com toda a clareza necessária para eles entenderem que eu não pretendo continuar sofrendo.

Foram extremamente gentis e compreensivos.

Me elogiaram a coragem e a maturidade, agradeceram a franqueza.

Pediram até segunda-feira para pensarem em algo e voltarmos a conversar.

De repente, o peso do universo saiu das minhas costas.

Vejo um raio de esperança chegando…

Here Comes The Sun

Here comes the sun
Here comes the sun
And I say
It’s all right
Little darling
It’s been a long cold lonely winter
Little darling
It feels like years since it’s been here
Here comes the sun
Here comes the sun
And I say
It’s all right
Little darling
The smiles returning to the faces
Little darling
It seems like years since it’s been here
Here comes the sun
Here comes the sun
And I say
It’s all right
Sun, sun, sun, here it comes…
Sun, sun, sun, here it comes…
Little darling
I feel that ice is slowly melting
Little darling
It seems like years since it’s been clear
Here comes the sun
Here comes the sun
And I say
It’s all right
Here comes the sun
Here comes the sun
It’s all right
It’s all right

Dei uma de Gibinha e comprei logo dois quilos de cereja.

Bem-vindo, verão!

(Sei que começa amanhã, mas aqui ele chegou adiantado).

U-hú.

Tibidabo

20/06/2010

Meu irmão fez hoje 24 anos e eu não estava lá para tirar uma com a cara dele.

Nem para comer a feijoada maravilhosa da minha mãe.

Nem para comemorar os três gols do Brasil contra a Costa do Marfim.

Nem pra dizer ao Bru que eu orei por ele, pedindo a Deus que todos os seus sonhos sejam realizados de acordo com a vontade do Senhor, e que ele continue crescendo em graça e sabedoria. E que tenha paz. E que tenha saúde. E que continue sendo o moleque insuportavelmente responsável e inteligente que eu tanto tanto tanto amo e admiro.

Apesar de tudo isso, Deus foi generoso comigo e o dia foi ótimo.

Depois de uma manhã especial na igreja, Bel e eu fizemos piquenique na Praça do Miró.

Mais tarde, fomos com amigos do master ao Tibidabo, ponto mais alto de Barcelona.

Como este blog também é cultura, digo que o nome vem de um versículo em latim da Bíbia: «…et dixit illi haec tibi omnia dabo si cadens adoraveris me» — «E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares» (Mateus 4:9).

Quem disse essa frase pouco ousada foi o diabo, para Jesus, ao mostrar a ele todos os reinos da Terra. Jesus já mandou um «some daqui e não me irrita, porque você é quem tem que me adorar» (tradução revista e atualizada pela autora que vos fala), e o diabo, muito prudentemente, vazou dali.

Mais tarde, jogo do Brasil com outra galera.

Como dá orgulho de vestir verde-e-amarelo aqui.

Paola e Fer, um casal de amigos colombianos, me perguntaram: «Como é a sensação de ganhar sempre???».

Como boa Cíntia que sou, respondi: «Normal», ironica e propositalmente.

Morreram de rir.

Hihihi.

Muy fino

19/06/2010

Aniversário de amiga brasileira da igreja.

Rolou festinha, cada um leva uma coisa e tal.

O auge da alegria foi a Jacynthe, nossa amiga suíça, tocando valsinhas no acordeon.

Muito fino.

Cena nepalí

18/06/2010

Última sexta-feira de aula antes do verão!

Comemoramos num exótico – e aqui leia-se e-xó-ti-co – restaurante nepalês.

A estratégia deles é boa: nos fazem esperar 1 hora até chegarem os pratos.

Enquanto isso, servem o vinho.

Para bêbados e mortos de fome, a comida estava ótima!

Brincadeiras à parte, eu curto experimentar comidas diferentes.

Mesmo quando elas têm gosto e textura irreconhecível.

Ou quando o treco é tão estranho que você tem medo de perguntar o que é (ou foi) aquilo.

Sei que comi, entre um gole e outro de vinho: molhinho de alguma ave com curry, carne de cordeiro com creme de verduras muito muito verdes, lentilhas à la sei-la-o-quê, arroz de tempero ausente, molho de algo com hortelã, entre outras exóticas iguarias.

Calidad de vida

17/06/2010

Passei a manhã no Carrefour comprando coisas superfluamente necessárias.

  • Esponja de banho nova
  • Mousse super bacanudo para o cabelo
  • Lenços úmidos para tirar a maquiagem
  • Creme hidratante com muitas e muitas vitaminas para o rosto
  • Condicionador daqueles bem bons

Sem falar nas cerejas mais doces que eu já comi na vida.

Ah. Eu merecia.

Ganhei presente de mim mesma.

TPM faz isso com a gente.

(Mas jáááá faz um mês que você estava reclamando disso?).

Pois sim.

E para ajudar meu corpo e minha mente a não se renderem desta vez à auto-depreciação e entupimento provocado pela inevitável porção diária de chocolate, me pus a correr.

Hein? Oi? Repete?

Tá, confesso: não foi exatamente um cooper.

Fiz o esquema que meu ex-personal me ensinou: corre 30 segundos, anda outros 30.

E assim passei meia horinha no parque em frente de casa.

Não doeu (muito) e me deu uma baita sensação boa de auto-orgulho.

Terminei de inflar o ego comendo um prato que aprendi com o Arthur, marido da Jana: tomate recheado com queijo feta (grego, uma delícia!), azeite e ervas. Para acompanhar, meu mais novo vício: grão de bico. Hummm…

Pessoal do trabalho voltou todo contente do encontro que tiveram em Cancun.

(Até eu, que sou mais boba, estaria).

Para não ser injusta, digo que eles dividiram a alegria trazendo lembranças.

Ganhei uma pulseira graciosa de pérolas lindas e originais.

Fácil me fazer feliz.