Un pasito adelante

30/04/2010

No trabalho, Torre de Babel.

Tenho de falar português com o chefe, inglês com a equipe e castellano com o resto.

Mundo novo, planilhas e sistemas cheias de siglas para serem decifradas.

Vou me adaptando.

De resto, sobrevivendo.

Sensível que só.

Mas bem.

Sendo sustentada por Deus.

Um passo de cada vez.

À noite, seminário sobre louvor. O palestrante, um sábio e didático senhor. Sabe aquelas pessoas que falam com profundidade e olham dentro dos seus olhos?

Quase chorei várias vezes.

Mas confesso que ri, também. Ele é a cara do Gandalf.

Primeiro dia de trabalho.

Tudo novo: códigos, métodos, linguagens.

Cabeça em outro lugar…

Mas «vamos indo».

Tocando em frente

Composição: Almir Sater e Renato Teixeira

Ando devagar porque já tive pressa
Levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Eu nada sei

Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou
Estrada eu sou

Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

Todo mundo ama um dia
Todo mundo chora
Um dia a gente chega
e no outro vai embora

Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz

Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história,
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz

Despedida mais difícil que a primeira.

Não deu para segurar o choro.

Mas estávamos felizes. Estamos.

Peguei o trem e vim embora chorando baixinho, me escondendo sob os óculos escuros.

Só que acabei dormindo e acordei 1h depois, indo para sei lá onde.

Sem rumo total. E assim permaneço, mesmo já aqui em casa.

Falta um pedaço.

Difícil.

Mas será por pouco tempo, se Deus quiser.

El tiempo del sol

27/04/2010

Dia lindo de sol.

E já se pode pegar praia em Barcelona!

Passeamos por lá desviando de nudistas e top-less que pipocavam pela areia.

Diversão garantida.

Tão bom ter conversas sérias caminhando à beira da praia…

A novidade boa é que FINALMENTE recebi a ligação que esperava há exatos X dias: ficou pronta a burocracia e começarei a trabalhar na Anuntis/Infojobs na próxima quinta-feira (não lembra de onde surgiu essa oportunidade? Leia os posts que falam disso)!

Sim, um dia depois de o Igor ir embora.

É ou não é um presente duplo carpado de Deus?

Resaca

26/04/2010

Ressaca da feijoada (e da margarita e da clara que a acompanharam).

Sede, sede, sede.

14h15 juntei meus cacos e fui esquentar o almoço (feijoada! hahaha).

Tarde no Ikea com Igor e Bel.

Clima já de despedida.

Ai, ai.

Fiesta y feijoada

25/04/2010

Dia especial em vários aspectos.

Participei do culto cantando pela primeira vez com o grupo de louvor.

Mistura de sensações: estranheza, emoção, alegria, gratidão.

Depois, FEIJOADA em casa.

Para quem nunca tinha cozinhado nem feijão, modéstia às favas, ficou per-fei-ta.

7 brasileiros e 1 italiano comeram extremamente bem (e mandaram lembranças para a D. Zeneide, doadora dos ingredientes maravilhosos que o Igor contrabandeou para cá).

Vieram até as folhas de louro. Profissionalismo, minha gente.

Passamos o dia no fogão, mas ouso dizer que foi uma das noites mais divertidas que já tive aqui em Barcelona.

De quebra, ainda assistimos a uma apresentação profissional de forró de Luiza e Rhoden, meus ilustres e cearenses companheiros de piso. Rastapé de verdade:

Mais tarde, quando vi, estava tocando teclado e a sala virou um videokê.

Fomos de Victor e Léo a Roberto Carlos sem perder a classe (minto, perdemos a classe quando passamos por Grupo Revelação #vergonha).

Divertido é pouco para descrever o dia. Foi realizador.

Preparativos

24/04/2010

Manhã sem cólica nem gripe. Graças a Deus. Amém.

Aula muito bacana sobre Analítica Web – e algo me diz que isso tem muito a ver com meu futuro próximo.

No Canzión, aula de «Adoração Congregacional». Teclado e canto seguem bem mas, hoje, um pouco afetados pelos últimos sinais de resfriado. Eu queria fazer melhor, mas meu corpo se negava.

Ensaiei com o Grupo de Louvor na igreja e quando vi já eram quase 21h – e ainda era dia. Mágico. Imagina quando chegar o verão? Vai ser um pouco complicado eu me convencer de que já é hora de dormir…

À noite, preparativos. Amanhã, FEIJOADA!!!

Dia de São Jorge, um dos festivos mais tradicionais comemorados na Catalúnia.

As ruas estavam absurdamente – acredite no «absurdamente»- lotadas.

Homens ganham livros e mulheres ganham rosas vermelhas.

A lenda diz que Sant Jordi era um soldado que salvou uma bela donzela de um dragão. Para livrar o reino das ameaças, uma vez ao ano se oferecia uma moça como manjar para o bichano. Veio, então, Sant Jordi e acabou com a brincadeira. Diz-se que todo o sangue do dragão se converteu em rosas, que representavam as moçoilas que já haviam sido sacrificadas. Daí a tradição de presentear as mulheres com rosas.

O lance de os homens ganharem livros vem do coincidente fato de Sheakespeare ter morrido nessa mesma data. Justa homenagem.

O I, então, ganhou «Catedral del Mar«, de Ildefonso Falcones, novela que narra o contexto histórico da construção da Igreja Santa Maria del Mar, aqui em Barcelona.

E eu, uma graciosa rosa vermelha.

À noite, fato inédito. Depois de incansáveis ameaças minhas, chantagens emocionais da Marlene, sorrisos desafiadores do Bruno e intimada do Alex a manter a honra da família Alexandroff, o Igor concordou em comer paella.

Fomos a um lugar muito gracinha (e barato!) no Porto Olímpico para não ter erro: se for pra provar, que seja a típica e verdadeira paella de Barcelona.

«Maravilhosa!!!!!!!!!!!», exclamamos Bel, Fernando, Beta, Nico e eu.

«Até que é bom», o Igor assumiu. E repetiu TRÊS vezes.

Vitória.

Resfriado

22/04/2010

Lembrei que o Igor vai embora na semana que vem e fiquei doente.

Dá-lhe Tylenol e Vicky Vaporub.

Piquenique

21/04/2010

Dia de fazer piquenique no Parc Guell.

Mosaicos coloridos e muito verde, assim Gaudi projetou aquele lugar lindo.

Fomos Isabel, Fernando, Roberta, Igor e eu.

E não tem nada que descreva melhor nossa alegria que fotos.

Muitas fotos.

Boina

20/04/2010

Finalmente entreguei o trabalho. E um elefante saiu das minhas costas.

Comemoramos caminhando das 15h às 22h.

O dia estava ensolarado, e saímos por aí. A ideia era ir até um shopping que fica no comecinho da praia. Loooonge. Mas a companhia era ótima e o caminho era lindo: uma avenida larga e arborizada, com gente andando de patins ou bicicleta por todos os lados. (Saudade do meu patins).

Compramos três camisetas, duas malhas, seis meias e uma boina para o I + uma meia calça e um lenço para mim por menos de 50 euros. Loja fantástica. Quantos dias as roupas vão durar eu não sei, mas que é boa a sensação de sair na vantagem, isso é.

Para boina do Igor, claro, parágrafo à parte. É bem daquelas «de vovô» que usa um colega nosso – que aqui vou chamar de Patrick Maia para manter sua privacidade. Eu acho um charme (não o Patrick, a boina). O Igor também (diz que) curtiu.

Quem diria?

Cíntia e Igor numa degustação de whisky.

Hoje é aniversário do Rhoden, nosso companheiro de piso. E não é que ele descolou com a Jhony Walker uma degustação VIP de Black Label aqui em casa?

Veio um cara uniformizado, com copos e acessórios chiques, e nos explicou durante mais de uma hora as propriedades do whisky – do nível superficial ao mais profundo.

Primeiro, sentíamos os aromas de frutos secos, vanilla, maçã com pera, e uma série de outras coisas que despertavam o olfato; depois, provávamos a bebida misturada com algo similar: tônica de maçã, Coca-Cola, tônica de gengibre, água da Eslováquia, blá blá blá. Uma coisa fina.

Noite, no mínimo, interessante.

Principalmente a parte em que ouvi uma voz familiar hablando español.

E era o Igor:

Cambiar y aprender

18/04/2010

Mensagem porrada do pastor:

«A igreja está desenhada para agradar crentes – e por isso as pessoas que nunca conheceram a Cristo não se sentem confortáveis lá dentro. Temos de parar de ser burocráticos e facilitar o acesso de todos a Deus. Se Ele nos deu grátis a salvação, quem somos nós para tentar ser administradores da vida de quem está querendo conhecer Jesus? A igreja é para todos».

Ultra-concordo.

Fomos conhecer aqui um tal «Cantinho Brasileiro»: coxinha e feijoada.

A coxinha, requentada. Nem perto da que minha mãe faz.

A feijoada, com caldo fino e escassérrimos pedaços desconhecidos de porco.

Não, não. Tudo errado.

Só o Guaraná era original e valeu a pena.

Depois, passeio no Gótico com Bel e I.

Aliás, Marlene, preciso te contar que você tem aqui uma filha e não sabe. A Isabel é a versão de saias do Igor: mesmos gostos por comidas indevidas, mesmo coração bom, mesmo prazer em me irritar, mesma empatia e facilidade em fazer pessoas sorrirem.

Embora hoje os dois me tenham feito chorar. Conversávamos sobre mudanças e concluímos que eu já mudei pra caramba aqui. Impossível estar longe e não ter que lidar com dividir, ponderar, abrir mão, ser flexível, apegar-se e desapegar-se, relacionar-se.

A Bel me disse que eu estava muito fechada quando cheguei. Era medo, eu acho.

Mas à medida que vejo a mão de Deus guiando cada detalhe tão perfeitamente, só me resta parar de tentar controlar as coisas e deixar que Ele direcione tudo o que ainda preciso mudar e aprender…

(E chega, porque os últimos dois posts revelam que a TPM está forte e a sensibilidade, à flor da pele).

Atún

17/04/2010

Sábado é o dia em que eu me sinto mais Cíntia.

Aquela Cíntia que sempre fui, cheia de coisas para fazer, correndo de um lado para outro. Estressada, mas estranhamente feliz pela sobrecarga de coisas acontecendo em paralelo.

Sempre acordo atrasada, faço um lanche de atum que será meu almoço, coloco junto com uma fruta na bolsa e saio correndo para a aula.

(Parênteses dedicado ao atum) «Eu adoro atum. Atum é legal. Queremos atum» – Lembra das historinhas do Piteco e da Tchuga? Ou era do Louco? Não lembro. Ok, piada interna. Carol e Bruno certamente rirão.

O fato é que eu curto atum e fazia uns 3 anos que não comia, porque o Igor abomina até o cheiro do pobre peixinho. E eu acho que gosto tanto assim porque o associo a épocas muito felizes da minha infância, aniversários, lanches da hora do recreio.

Então é no mínimo curioso – a ponto de merecer parágrafos especiais – o fato de que uma das coisas que me fazem ser mais Cíntia é sair por aí comendo o tal sanduíche no meio da correria da vida.

Geralmente preciso ser anti-social e vazar no minuto exato em que a aula acaba.

Vôo até o metrô, faço uma baldeação enquanto como o sanduíche, caminho até o Canzión comendo a fruta, e lá chego esbaforida. Hoje, em especial, 15 minutos depois de a prova – sim, prova – ter começado.

A teoria era Direção de Louvor. Fiz mais rápido que pensei, feliz por ter internalizado alguns conceitos sobre o assunto sem precisar estudar muito – diferente do que será solfejo, tenho absoluta certeza.

Aulas bacanas de teclado e canto, apesar da nula prática prévia essa semana.

À noite, dedicamos horas gostosas na cozinha preparando uma massa com molho branco e camarão, acompanhado de cava – uma espécie de champagne muito bom da região.

E isso se chama felicidade.

Carreteiro

16/04/2010

Manhã produtiva: o prazo tá apertando e, por isso, meu trabalho começou a render.

Tarde de aulas: Estratégia Digital e Domínios.

Noite de arroz carreteiro e risadas na Bel.

(Igor, Bel, Eli – italiana, Roberta – gaúcha, Fernando e eu)